“Nós estamos vivendo tempos difíceis, estamos diante de retrocessos e não podemos ficar omissos (…) Os partidos hoje são a cara do Brasil, e o Brasil também está desunido, mas o mostra que quer uma alternativa de poder. Há uma franja muito grande dos eleitores que não querem uma volta ao passado, da mesma forma que há uma franja grande que não quer continuar com esse atual desgoverno. Um presidente que tem quase 60% de rejeição está, hoje, no segundo turno por qual razão? Porque o centro democrático ainda não apresentou o seu candidato. O foco do centro democrático, e o foco da minha pré-candidatura, é aquilo que está no artigo terceiro da Constituição: ‘Erradicar a miséria’. Isso é possível. Temos algo em torno de 5,7% da população brasileira baixo da linha da pobreza, na mais absoluta miserabilidade. São 27 milhões de pessoas que não comem direito e apenas fazem, no máximo, uma e meia refeição. Temos cinco milhões de crianças dormindo com fome no Brasil. É possível erradicar a miséria e diminuir a pobreza, diminuindo a desigualdade social. É óbvio que nós temos que ter três pilares: aquilo que vamos fazer em caráter emergencial, aquilo que vamos fazer a medio prazo e aquilo que leva quatro, oito anos para ter resultado. A médio prazo, a saída para o Brasil é a Educação. O que se pode fazer em seis meses, de resultado mais imediato, é aprovar a tão sonhada reforma tributária. Essa reforma tributária, que é a mãe de todas as reformas, vai fazer com que a gente inverta [a situação]. Hoje, 10% da população, [o estrato] mais rico do Brasil, paga em média 12% de impostos indiretos, contra todo o restante da população, especialmente a mais pobre, miserável, que é tributada no consumo, e paga em torno de 26%. Então, a reforma tributária, por si só, já faria com que pudéssemos nos readequar. Se dividíssemos a população em dez faixas, nove pagariam menos impostos, por conta da diminuição do imposto sobre o consumo. E apenas a última faixa, portanto os 10% mais ricos, é que teria um aumento da carga tributária. Isso se chama justiça tributária, justiça social. Agora, quem tem fome tem pressa. O Auxílio Brasil tem que ter porta de saída. Não podemos ficar vinte anos pagando para as mesmas famílias os mesmos valores. É preciso aumentar de 135 reais, na média por pessoa de cada família, para 200 reais, pelo menos, de acordo com a situação da família. Mas garantindo a ‘porta giratória’, a qualificação. É chamar a iniciativa privada, o sistema S, com Estados e Municípios, que serão beneficiários. Assim, será possível manter e incorporar mais gente nessa renda básica universal, que vai permanecer enquanto não se erradicar a miséria. Posso garantir: dinheiro tem!”
(Simone Tebet, candidata presidencial do MDB.)