“É muito difícil para uma mulher ler tudo que está relacionado ao caso. Imagine para uma menina, uma criança, estar vivendo isso. E quando eu falo em mulher, falo de ser humano, não de alguém como essa juíza que induz e coage uma criança a ter uma gravidez indesejada. Assisti ao vídeo da audiência agora pouco e estou estarrecida de revolta, de raiva e de tristeza. Não basta toda a violência sofrida por essa criança? Como essa juíza pode achar que a felicidade e dignidade de uma criança (e consequentemente de toda sua família) é menos importante que a felicidade de um casal adotante que nem existe ainda? Como alguém pode olhar no rosto de uma menina em sofrimento absoluto e não protege-la? Não acolhe-la? É nojento. Uma mãe leva sua filha para o hospital e acaba sendo separada dela. É uma sucessão de violências e humilhações absurdas. Criança não é mãe, criança não é incubadora. Estuprador não é pai, estuprador é criminoso. Que se faça a justiça que essa juíza não foi capaz e não teve interesse de fazer. Que se desfaça a violência que essa juíza cometeu.”
(Paolla Oliveira, atriz.)