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Informação e análise
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EUA seguem investigando corrupção na Petrobras nos governos Lula e Dilma

Durante uma década Petrobras negociou 400 mil barris de petróleo por dia. Parte das operações foi realizada sem registro — em papel ou eletrônico

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 3 abr 2024, 14h14 - Publicado em 2 abr 2024, 08h00

Os Estados Unidos continuam a investigar a corrupção na Petrobras no período 2003-2014, ou seja, durante os governos Lula e Dilma Rousseff.

O governo Joe Biden anunciou na semana passada a confissão de culpa da Trafigura. A companhia baseada na Suíça aceitou pagar o equivalente a 630 milhões de reais em multas por subornar funcionários brasileiros, durante uma década, para conseguir e manter contratos com a Petrobras na comercialização de combustíveis.

A Trafigura foi a última das cinco grandes tradings a confessar participação num esquema de corrupção no qual pagavam-se propinas de 20 centavos até dois dólares sobre cada barril de produtos petrolíferos comprados ou vendidos à Petrobras. As outras foram Glencore, Vitol, Mercuria e Gunvor.

Juntas, essas cinco “irmãs” controlam quase um quarto do comércio mundial de mercadorias — de petróleo a grãos. Individualmente, são maiores que a Petrobras.

Foi a mais ampla investigação nos EUA sobre negócios obscuros nesse mercado desde os anos 80, quando o então promotor de Nova York Rudolph Giuliani saiu à caça de Marc Rich, fundador da Glencore.

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Rich acabou condenado por corrupção a três séculos de prisão. Fugiu, perdeu parte da fortuna, mas morreu ainda bilionário em 2013. Não voltou aos EUA, mesmo depois de perdoado pelo presidente Bill Clinton — era um dos financiadores relevantes do partido Democrata.

O promotor Giuliani, republicano, elegeu-se prefeito de Nova York (1994-2001). Em 2018 integrou a assessoria jurídica de Donald Trump, com quem envolveu-se em tentativas de fraudes eleitorais na disputa presidencial, vencida por Joe Biden. Perdeu sua licença de advogado.

A etapa brasileira da investigação na Lava Jato avançou com executivos contando como aconteciam os subornos em troca de vantagens nos contratos. A Petrobras negociava, em média, 400 mil barris de combustíveis por dia a preços variáveis nas praças de Houston, Londres e Nova York.

A empresa afirmou à Justiça que parte desses negócios, durante uma década, foi realizada em operações sem registro, em papel ou eletrônico.

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Em alguns contratos, segundo as confissões, foi paga comissão de até dois dólares por barril, embora a média fosse de 20 centavos de dólar. O dinheiro da propina era rateado entre funcionários da Petrobras, intermediários nas operações e políticos vinculados aos partidos PT, MDB, PL, Progressistas e PSDB, entre outros.

Uma dezena de empresas brasileiras e estrangeiras já confessaram corrupção em negócios com a Petrobras e aceitaram multas criminais. A maior delas, equivalente a 13 bilhões de reais, foi imposta à antiga Odebrecht, atual Novonor. A Petrobras pagou cerca de 4,2 bilhões de reais.

Todas concordaram, também, com submissão a uma série de exigências do Departamento de Justiça e do órgão de controle de mercados de capitais (Securities and Exchange Comission) para continuar operando no sistema financeiro norte-americano.

Como a Petrobras e a antiga Odebrecht, por exemplo, as cinco “irmãs” das commodities assumiram o compromisso de informar e demonstrar, periodicamente, mudanças nos seus padrões operacionais no comércio mundial de petróleo, alimentos, minerais e metais.

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Outra cláusula comum nesses acordos judiciais é a da colaboração obrigatória de cada empresa em novas investigações dos EUA sobre corrupção e concorrência desleal.

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