Lula encontra-se hoje com Antony Blinken, secretário de Estado dos Estados Unidos, cuja família foi vítima da engenharia nazista para extermínio de judeus na Alemanha de Hitler.
Lula vai presidir a reunião do grupo dos 20 países mais industrializados, o G20, e na agenda com Blinken constam as guerras de Israel contra o Hamas e a da Rússia contra a Ucrânia. Os impasses com a Venezuela, porém, devem tomar mais tempo.
Sob estímulo dos EUA, Lula resolveu atuar. E, por enquanto, conseguiu manter a cleptocracia comandada pelo ditador venezuelano Nicolás Maduro no limite da retórica belicista contra a Guiana.
Foi auxiliado pelo realismo político: o regime ditatorial não tem meios para enfrentar os EUA, que transformou a Guiana em zona de interesse militar. Tentou mas, por enquanto, não conseguiu patrocínio financeiro da China ou da Rússia necessário à preparação de uma eventual aventura militar no Caribe.
Para o Brasil e os EUA, o problema central da Venezuela continua sendo a relutância do condomínio de cleptocratas sobre compromissos assumidos para a realização de eleições livres e limpas ainda neste ano, com garantia de participação da oposição ao regime ditatorial.
O regime ditatorial decidiu impedir todos os candidatos viáveis para a oposição competir, e, principalmente, a liberal María Corina Machado que levou 92% dos votos preferenciais nas prévias oposicionistas, realizadas com a participação de três milhões de eleitores.
O governo Biden decidiu esperar até abril. Estabeleceu esse limite no calendário para Maduro fixar a data das eleições, com plena participação da oposição.
Lula sabe e vai ouvir de Blinken a renovação de um apelo para conversar com Maduro sobre o prazo, com base em compromissos assumidos em longas negociações no ano passado.
Na conversa, o secretário americano deve indicar um cenário econômico nem um pouco favorável ao regime venezuelano, caso mantenha indefinição sobre as eleições. Não haverá apenas pressão à moda antiga, com sanções a indivíduos e empresas.
Estão previstas algumas novidades, em ofensivas com direção ajustada para ampliar a asfixia econômica da cleptocracia. Por exemplo, sobre o patrimônio da estatal PDVSA nos Estados Unidos, incluída a refinaria Citgo Petroleum Corp., único ativo valioso que a Venezuela ainda possui no exterior.