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Espionagem política tem efeito corrosivo entre aliados de Bolsonaro

Parlamentares temem estar na lista de espionados pelo governo a que serviam, e com objetivos obscuros. Como nos romances, não há inocentes

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2024, 10h45 - Publicado em 1 fev 2024, 08h00
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  • O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, pediu ao juiz Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, a lista de nomes de deputados federais e senadores vítimas de espionagem ilegal durante o governo Jair Bolsonaro.

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    Pacheco, advogado de profissão e senador eleito pelo PSD de Minas Gerais, argumentou ao juiz sobre violação dos direitos constitucionais à privacidade, ao sigilo das comunicações e aos dados pessoais.

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    Lembrou que a espionagem seria ilegal, também, por afrontar prerrogativas parlamentares, “especialmente quanto à garantia de livre exercício do mandato e do sigilo de suas fontes”.

    Alegou, ainda, a necessidade de publicidade e de transparência — “fundamentos da administração pública” — para requisitar lista de nomes de deputados e senadores vitimados nas ações clandestinas da “Abin paralela” e de suas ramificações no governo Bolsonaro.

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    Não se sabe porque o presidente do Congresso restringiu seu pedido à corporação parlamentar. Não foi o único alvo, como descrevem documentos públicos da Polícia Federal, Procuradoria-Geral da República e do Supremo sobre a espionagem ilegal. O presidente do Congresso esqueceu-se das outras vítimas – os sem mandato.

    A documentação judiciária mostra, por exemplo, que em alguns períodos relevantes no calendário político foram intensas as operações da “Abin paralela”.

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    Em 60.734 registros extraídos de um único sistema de vigilância (First Mille), a polícia identificou 30.344 correspondentes a rastreamentos de pessoas na temporada de eleições municipais de 2020. É o que informa o juiz Moraes em despacho (Petição nº 12.027) autorizando busca e apreensão policial nas residências do vereador Carlos Bolsonaro.

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    Ao restringir seu pedido de identificação das vítimas ao universo parlamentar, Pacheco confirma a preocupação predominante no bloco de deputados e senadores que, por razões diversas, estiveram alinhados aos governo Bolsonaro. Temem estar na lista de espionados pelo governo a que serviam, e com objetivos obscuros.

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    Esse receio ajuda a explicar, em parte, o silêncio da maioria dos antigos aliados sobre a investigação da “Abin paralela” e o clã Bolsonaro.

    As suspeitas se multiplicam e o efeito é corrosivo. Com ou sem lista, está difícil estancar a sangria entre antigos aliados de Bolsonaro. Como nos romances de espionagem, não há inocentes.

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