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Desmate na Amazônia aumenta gasto na Saúde

Com dados oficiais, Fiocruz e o WWF-Brasil confirmam: queimadas aumentaram internações no Amazonas, Pará, Mato Grosso, Rondônia e Acre nos últimos dez anos

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 Maio 2021, 11h26 - Publicado em 9 Maio 2021, 09h00
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  • Maio marca o início da preparação para a temporada de seca na Amazônia, que segue até outubro. Neste ano, as empreitadas para derrubada de árvores começaram mais cedo, demonstram dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe): sem controle, o desmatamento foi recorde entre março e abril – 42% maior no mês passado, em comparação a 2020.

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    Com o desmonte das atividades de fiscalização ambiental, uma das consequências previsíveis é um aumento da pressão dos Estados Unidos e da Europa sobre o governo Jair Bolsonaro no segundo semestre.

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    O desmate na Amazônia aparenta ser desorganizado, mas é negócio bilionário, estruturado, e em geral atrelado a crimes ambientais e fundiários, contrabando, tráfico e lavagem de dinheiro. Funciona como uma espécie de contêiner de boa parte dos delitos previstos no Código Penal.

    Na Amazônia, as ações têm como alvo primário terras estatais e áreas indígenas, protegidas no papel. As invasões começam com madeireiros seus tratores, motosserras e caminhões derrubando as árvores eleitas pelo maior valor de comercialização.

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    Na sequência, incendeia-se todo o terreno escolhido, semeia-se capim na preparação da área para pastagem, com zonas de cultivo. Abrem-se lotes para venda fatiada, com algumas casas ou mesmo vilas.

    Assim, tem-se a posse legal o que garante o início de uma batalha jurídica por direitos de propriedade sobre terras públicas ou mesmo territórios indígenas. Os lucros são garantidos em todas as etapas.

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    Na Câmara, se prevê para esta semana a votação de novas normas para emissão de licenças ambientais aplicáveis em todo o país. Para a região amazônica representa nova tentativa de regularizar – e limitar – um negócio responsável por gerações de milionários do desmate e da grilagem de terras, com lucros lavados e legalizados.

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    A alta rentabilidade tem proteção política, com repercussão direta em Brasília. O histórico é amplo. Em Lábrea, a quase 900 km de Manaus, há registro de casos em que uma única grilagem de terras alavancou a posse de uma área três vezes maior que a cidade de São Paulo.

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    O avanço do desmatamento começa a apresentar consequências sanitárias para populações urbanas, com impacto financeiro direto nos orçamentos de saúde.

    Com base em dados do DataSUS, do governo federal, a Fiocruz e o WWF-Brasil confirmaram: nos últimos dez anos as queimadas na Amazônia foram responsáveis pelo aumento nas internações hospitalares por problemas respiratórios no Amazonas (87%), Pará (70%), Mato Grosso, Rondônia e Acre (mais de 60%).

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    O portal Plurale, especializado em meio ambiente, estima que o tratamento dos doentes tenha representado gastos adicionais de R$ 1 bilhão para o sistema público de saúde durante a última década.

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