Assine VEJA por R$2,00/semana
José Casado Por José Casado Informação e análise
Continua após publicidade

Crime, petróleo e mistério no Rio

Herdeiros de executivo da Shell processam governo dos EUA para expor arquivos do FBI sobre duplo assassinato e suspeitas de corrupção em negócios no Brasil

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 Maio 2021, 12h49 - Publicado em 4 Maio 2021, 08h45
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Uma residência invadida de madrugada no condomínio Porto dos Cabritos, na Barra da Tijuca, no Rio. Um casal assassinado na cama, mutilado. Zera Todd e Michelle Staheli, as vítimas, tinham quatro filhos e eram mórmons de Utah (EUA). Executivo da Shell, ele havia sido transferido de Riad, na Arábia Saudita, para o Rio.

    Publicidade

    O crime aconteceu no último fim de semana de novembro de 2003. O mistério permanece. Não houve arrombamento, nada de valor aparente sumiu, nem mesmo o relógio Rolex de ouro encontrado sobre a cômoda. A arma do crime desapareceu. O primeiro suspeito, um caseiro, acabou preso e condenado a 25 anos. Confessou, depois negou, cumpriu metade do tempo na cadeia, e fugiu.

    Publicidade

    Para a família, a história não terminou. Ela batalha na Justiça americana para avançar na investigação, 18 anos depois. Não se contenta com a versão de crime comum sustentada pela polícia carioca. Desconfia de crime político.

    Os herdeiros de Staheli iniciaram um processo contra o Departamento de Estado, equivalente ao Itamaraty brasileiro, para “obrigar a liberação de todo e qualquer registro”, incluindo arquivos do FBI, cujos agentes na época estiveram no Rio acompanhando o caso.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    A teoria apresentada num tribunal de Utah é a de um duplo homicídio possivelmente vinculado a transações com petróleo. Staheli, argumentam seus herdeiros, auditava negócios da Shell com a Petrobras no Brasil, em 2003. Checava “suspeitas de apropriação indébita de fundos”.

    A família enlaçou a tese à investigação conduzida pelo Departamento de Justiça e a SEC – a CVM americana -, sobre a corrupção na Petrobras desde 2003, com participação de executivos, partidos e políticos. A Petrobras pagou multa de US$ 860 milhões (R$ 4,8 bilhões) para se livrar de processos na versão americana da Lava Jato.

    Publicidade

    Semana passada, advogados dos Staheli informaram ao repórter Scott Pierce (The Salt Lake Tribune) que o Departamento de Estado assumiu o compromisso de apresentar no tribunal papéis que poderiam ajudar a esclarecer o mistério do duplo assassinato no Rio. O prazo acertado vai até novembro de 2022. A quebra de sigilo dos arquivos pode coincidir com a temporada eleitoral brasileira.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.