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Bolsonaro joga para Lula uma conta bilionária de Lira

Presidente da Câmara vai precisar negociar verbas com Lula, que tem interesse na reeleição de Lira mas acha orçamento secreto "a maior bandidagem"

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 dez 2022, 19h54 - Publicado em 1 dez 2022, 09h00
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  • O governo Jair Bolsonaro acabou. O de Lula só vai nascer depois do réveillon. E, talvez, venha à luz devendo pelo menos 8 bilhões de reais aos parlamentares que fizeram acordos com Arthur Lira (PP-AL), candidato à reeleição na presidência da Câmara.

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    Ontem, Bolsonaro surpreendeu Lira, aliados e líderes do Centrão, o esteio parlamentar do seu governo, ao suspender o pagamento de emendas parlamentares no orçamento secreto, ou paralelo.

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    Não é pouco dinheiro. Equivale a 87% dos investimentos federais previstos em Saúde neste ano — não necessariamente realizados.

    Bolsonaro mandou ao Congresso um projeto de lei para retirar recursos que estavam reservados para financiar emendas parlamentares.

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    Supostamente, vai aplicar as verbas no pagamento de salários dos servidores, entre outras despesas consideradas obrigatórias. Câmara e Senado devem decidir se aceitam ou não.

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    A manobra de Bolsonaro tem duplo objetivo.

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    Por um lado, garante o epílogo do seu governo com cofres menos vazios. Ele gastou tanto durante a temporada eleitoral, inclusive com emendas parlamentares, que viu-se obrigado a realizar cinco bloqueios orçamentários neste ano, quase todos nas áreas de Saúde e Educação. Na semana passada anunciou um de 13 bilhões de reais.

    Ao mesmo tempo, joga no colo do adversário Lula a conta dos acordos que o deputado Lira fez neste segundo semestre para se reeleger em fevereiro no comando da Câmara.

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    Na Câmara, sete de cada dez parlamentares conseguiram renovar mandatos em outubro, a partir de candidaturas turbinadas por verbas do orçamento secreto, ou paralelo, que são administradas por Lira e pela cúpula do Centrão.

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    Para manter acordos, o presidente da Câmara vai precisar negociar com Lula, que tem interesse na reeleição de Lira.

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    Para o novo governo, o problema está em aceitar pagar uma fatura de Bolsonaro no orçamento secreto, ou paralelo – “a maior bandidagem feita em duzentos anos de República”, na definição de Lula num comício em Diadema (SP), em agosto.

    Bolsonaro, deprimido desde a derrota para Lula, avança no autoisolamento político. Há quem veja nessa decisão sobre o orçamento marcas de rancor derivadas da ruptura do Centrão: semana passada, os partidos Progressistas e Republicanos registraram na Justiça Eleitoral repúdio às suas falsas alegações sobre fraude na vitória de Lula, encampadas pelo Partido Liberal. Ressentimento, como se sabe, é indigestão interminável.

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