“Não se pode ter uma empresa de mídia social atuando que não cumpra as regras brasileiras e não aceite conversar com as autoridades. Quem tem que cuidar disso é o Congresso, porque decisões políticas devem ser, preferencialmente, tomadas nesse espaço, evitando decisões monocráticas pelo Executivo ou pelo TSE. A menos que haja omissão, e aí o Judiciário deve atuar (…) O Telegram, que não tinha muita relevância antes e hoje tem, não respondeu e não quis manter contato com as autoridades brasileiras [Sem representação no Brasil, a Justiça Eleitoral tentou notificar a empresa via escritório em Dubai]. O Brasil não é casa da sogra para ter plataforma com apologia ao nazismo [caso do Telegram ocorrido na Alemanha], e venda de armas. Para entrar na minha casa, tem que cumprir minhas regras. Muitas vezes as pessoas têm uma postura dita libertária, mas é fascismo puro. Qualquer ator que possa afetar as eleições brasileiras não pode atuar no Brasil se não seguir as regras; se não quiser, tchau e obrigado.”
(Luis Roberto Barroso, juiz do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral.)