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Informação e análise
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Aposta de Bolsonaro no conflito reduz chances de recuperação da economia

A escolha da instabilidade como arma de reeleição tem custo crescente para pessoas e empresas, reduz chances de retomada da economia e desidrata o candidato

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 ago 2021, 15h39 - Publicado em 16 ago 2021, 09h00

A escolha de Jair Bolsonaro pelo conflito institucional permanente, como instrumento de marketing da reeleição, criou um clima de instabilidade na política e na economia em plena pandemia.

O resultado está na alta persistente do custo de vida para as pessoas, sobretudo os pobres (80% dos eleitores), e na deterioração do ambiente de negócios para as empresas, que já começaram a reduzir seus planos de produção, emprego e investimentos para o ano eleitoral de 2022.

A inflação avança. Em São Paulo, onde está o maior eleitorado do país (33 milhões), o custo da cesta básica chegou a R$ 1.064,79 em julho. É quase um salário-mínimo.

Significa um aumento de 22,18% em 12 meses, indica a pesquisa mensal do Procon-Dieese. Nesse período, os preços ao consumidor em todo o país subiram 9,85%, em média, indica do IBGE.

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(Pesquisa Genial/Quaest, 29 de julho a 1º de agosto 2021/VEJA)

Enquanto Bolsonaro radicalizava, integralmente dedicado à campanha de reeleição, o Brasil voltou a ser um dos três países em desenvolvimento com maior taxa de inflação, atrás da Turquia e empatado com a Rússia. Também retornou à liderança mundial em juros altos, e a previsão Banco Central é de que essa taxa vai continuar subindo.

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Inflação e juros em alta são expressões matemáticas dos desequilíbrios. Têm efeitos nefastos, em cadeia, numa economia combalida cujas perspectivas de recuperação estão limitadas pela escassez de vacina contra a Covid-19 — consequência da má gerência e negócios obscuros na Saúde, que levaram ao descontrole da pandemia, com mais de 569 mil mortos até ontem à noite.

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(Fonte: Banco Central, 12/08/2021/VEJA)
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(Fonte: Banco Central, 12/08/2021/VEJA)

A maior casa bancária nacional, o Itaú Unibanco, terminou a semana alertando sobre o fim das ilusões no mercado financeiro, onde se fingia que política e economia andavam “descolados”. Ali, por conveniência, abstraíam-se os efeitos restritivos do lento, gradual e seguro aumento da taxa real de juros sobre as possibilidades de crescimento econômico durante o ano eleitoral de 2022.

O Itaú Unibanco anunciou ter reduzido (de 2% para 1,5%) sua aposta no crescimento do Produto Interno Bruto no próximo ano: “Projetamos desaceleração do crescimento, à medida que os fatores que impulsionaram o crescimento deste ano se esgotam. A revisão decorreu principalmente da nossa expectativa de juros mais elevados, o que deve levar a política monetária a ser restritiva para a atividade econômica no ano que vem.”

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Acrescentou: “Vemos desaceleração do setor industrial global e queda de preços de commodities ano que vem. Por último, no próximo ano a atividade econômica não se beneficiará mais do impulso advindo da reabertura do setor de serviços, algo que, em nossa visão, ficará restrito ao segundo semestre deste ano”.

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(Fonte: Banco Central, 12/08/2021/VEJA)

A perspectiva de um pífio desempenho econômico no ano eleitoral desidrata as chances de competitividade do candidato Bolsonaro, já corroídas por uma rejeição recorde (de cerca de 60) na média das pesquisas de intenção de voto.

Sua opção anunciada é avançar na retórica estridente do conflito institucional, enquanto radicaliza nos gastos públicos, em silêncio e com o interessado auxílio dos líderes do Centrão. Por coincidência, é o mesmo grupo político que deu respaldo à criatividade contábil do governo Dilma Rousseff. Mas só apoiou até à véspera do impeachment.

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