“Em uma sociedade laica, como a brasileira, o tema ‘aborto’ deve ser tratado no âmbito da saúde pública, e não guiado por visões religiosas e dogmáticas, ou por interesses ocultos. Criar obstáculos para o atendimento ao aborto garantido em lei no país, criminalizá-lo, tornar o procedimento caso de polícia, de intimidação profissional e, sobretudo, de constrangimento e humilhação para a mulher, jamais deveria ser diretriz de um órgão normativo como o Ministério da Saúde. A hipocrisia social sobre o aborto precisa ser revelada. E esta cartilha [do ministério, com orientações restritivas ao aborto] além de denunciada, deve ser revogada e retirada de circulação sem demora.”
(Integrantes da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns em manifesto contra o Ministério da Saúde, que editou uma norma na qual argumenta que “todo aborto é um crime”, ignorando a legislação que permite o procedimento em casos de estupro, de risco de vida à mãe e de feto anencéfalo, entre outras situações. Sob pressão, o ministério anunciou uma audiência pública para sugestões sobre o manual, hoje, das 8h às 15h em Brasília.)