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Jorge Pontes

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Jorge Pontes foi delegado da Polícia Federal e é formado pela FBI National Academy. Foi membro eleito do Comitê Executivo da Interpol em Lyon, França, e é co-autor do livro Crime.Gov - Quando Corrupção e Governo se Misturam.
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O expresso do delírio de Jair Bolsonaro

O trem da insensatez do governo seguiu até aqui a sua viagem de mil dias, e só vai registrando desembarques

Por Jorge Pontes
28 set 2021, 17h08

Ao completar mil dias de governo, Bolsonaro não tem absolutamente nada de positivo a ser lembrado ou comemorado, muito pelo contrário.

Qualquer coisa que seu governo possa produzir acaba inexoravelmente engolfado pela repercussão dos abismos que sua atuação desastrosa operou em inúmeras frentes. Para citar apenas a tríplice coroa dos muitos fiascos do presidente, temos os retrocessos que seu governo causou no enfrentamento à corrupção sistêmica (sua principal bandeira em 2018), a sua omissão criminosa no combate aos crimes ambientais na Amazônia, e, a mais terrível e significativa de todas, a administração catastrófica da pandemia do Covid-19, que ceifou a vida de mais de meio milhão de brasileiros.

O enorme vazio deixado pelas decepções e traições às promessas de campanha sobrepujam e neutralizam quaisquer meia dúzia de estradas capeadas e de reformas meia-boca.

Benito Mussolini organizou os serviços públicos e fez com que os trens funcionassem com pontualidade na Itália; Hitler, durante o mesmo período, inaugurou muitas das célebres autobahns – largas rodovias expressas – na Alemanha. Mas quem se lembra desses registros diante do saldo de desgraças produzidas por esses dois tiranos?

E esses mil dias de Bolsonaro são como uma longa viagem de trem, uma ferrovia transiberiana delirante, em que, a cada desatino do presidente, vão desembarcando e ficando pelo caminho milhares de eleitores decepcionados.

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Os que ainda resistem a bordo são os que certamente mais sofrem, tentando seguir apoiando, em luta feroz contra a realidade, apoiados por resistentes contorcionismos intelectuais e cegueiras deliberadas de todos os gêneros.

Mas o trem da insensatez seguiu até aqui a sua viagem de mil dias, e só vai registrando desembarques…

E são exatamente esses últimos e relutantes passageiros que saem às ruas numa terça-feira para apoiar um golpe de estado e aclamar um Bolsonaro provocativo – que xinga de canalha um ministro do Supremo Tribunal Federal – e, na quarta-feira, se veem obrigados a aplaudir um presidente amansado, que se dirige ao mesmo ministro, detratado na véspera, como grande jurista e respeitável professor.

Enfim, ninguém sofreu mais nesses mil dias de absurdos que as próprias trincheiras bolsonaristas. A sorte deles é que ainda restam mais 460 dias pela frente, e muitas estações para descerem de mala e cuia.

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