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Jorge Pontes

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Jorge Pontes foi delegado da Polícia Federal e é formado pela FBI National Academy. Foi membro eleito do Comitê Executivo da Interpol em Lyon, França, e é co-autor do livro Crime.Gov - Quando Corrupção e Governo se Misturam.

Bolsonaro até queria acabar com a Lava Jato, mas não pode

As reações nas redes sociais contra o presidente comprovam que os ideais e conquistas da força-tarefa seguem inabalados

Por Jorge Pontes
Atualizado em 9 out 2020, 18h21 - Publicado em 9 out 2020, 17h16

O presidente Bolsonaro declarou nessa última quarta-feira, 7 de outubro, que acabou com a Operação Lava Jato, porque, segundo ele, “não há mais corrupção no governo”.

Hoje em dia ninguém duvida que Bolsonaro realmente deseje, por diversas razões, enterrar a operação policial que já se incorporou ao imaginário da sociedade como uma força que empurra a história e afasta o atraso ao qual estamos atrelados.

Mas, para infelicidade do presidente, sua frase não faz sentido e afronta a realidade, por dois aspectos cruciais: o primeiro é que o chefe do Executivo não detém qualquer poder para acabar ou fechar uma única investigação criminal sequer, quanto mais uma força tarefa na qual são conduzidas várias dezenas de inquéritos e processos; o segundo é que não se pode afirmar, de forma alguma, que não há corrupção nesse governo – e em nenhum outro governo.

Os bolsonaristas esquecem uma lição ainda recente, de que vários dos crimes do Petrolão – de fraudes em licitações e contratos governamentais – cometidos ainda no primeiro mandato do governo Lula, entre 2003 e 2006, somente foram descobertos (pela Operação Lava Jato) no último ano do governo Dilma, isto é, passados oito anos do seu respectivo cometimento.

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Uma coisa é a certeza de não haver escândalo; outra, bem diferente, é de não haver esquemas de corrupção em gestão ou em andamento em um determinado governo.

A claque que, no Palácio Planalto, aplaudiu pateticamente o disparate do presidente, encara a corrupção como se essa fosse uma modalidade criminosa praticada nas praças de Brasília, à luz do dia. Esquecem, deliberadamente, que esses esquemas são engendrados nos porões, fora das agendas oficiais, e raramente podem ser assinalados em flagrante, como um furto de carteira.

Os últimos movimentos de Bolsonaro, com a associação ao fisiológico Centrão – e a inúmeros políticos alvejados pela própria Lava Jato – que assumem setores estatais com orçamentos bilionários, não nos autoriza, de forma alguma, a acreditar que esse governo estaria imune à corrupção, muito pelo contrário.

A máscara de Bolsonaro caiu de vez, e a reação nas redes sociais, contra o presidente, foi uma amostra de que os ideais e conquistas da Lava Jato seguem inabaladas.

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