Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Laureado com o Nobel, programa da ONU ajuda 97 milhões de pessoas por ano

O Programa Mundial de Alimentos atua em zonas de conflitos e desastres naturais, mas ainda sofre com falta de recursos

Por Vinicius Novelli 9 out 2020, 14h39

Criado em 1961 para atuar em locais que sofreram com desastres naturais ou em zonas de conflito, o Programa Mundial de Alimentos (PMA), que foi laureado nesta sexta-feira, 9, com o prêmio Nobel da Paz, é a maior organização humanitária no mundo, ajudando cerca de 97 milhões de pessoas em 88 países todos os anos.

Nos primeiros anos de atuação, o PMA realizava, principalmente, o transporte de alimentos. Uma de suas primeiras missões foi no Irã após um terremoto ainda em 1961. Somente em 1965 o programa foi integrado dentro da Organização das Nações Unidas (ONU). Atualmente, o PMA opera por meio de programas alimentares, educacionais e nutricionais.

Baseado na cidade de Roma, na Itália, e com 17.000 funcionários funcionários mundo afora, o PMA é inteiramente financiado por doações, a maioria procedente dos Estados Unidos. Somente em 2019, o programa arrecadou 8 bilhões de dólares.

Receber o Prêmio Nobel da Paz é um “momento de orgulho”, reagiu o porta-voz do PMA, Tomson Phiri, ao descobrir, durante uma coletiva de imprensa, que o programa havia sido laureado com o prêmio.

“Uma das belezas das atividades do PMA é que não fornecemos alimentos apenas para hoje e amanhã, mas também damos às pessoas os conhecimentos necessários para se sustentarem nos dias que se seguem”, disse o porta-voz.

Continua após a publicidade

A atuação do PMA, porém, se vê cada vez mais complicada. Com frequência, o programa precisa de proteção militar, descaracterizando o aspecto humanitário da missão, como acontece na região do Sahel, na África.

O PMA atua na Síria, na República Democrática do Congo, nos estados afetados pela insurreição do Boko Haram na Nigéria, em Burkina Faso, no Mali, no Níger e no Sudão do Sul, além de estar presente no Iêmen.

“A resposta de emergência do PMA no Iêmen é a maior do mundo”, relata a organização em seu site, acrescentando que cerca de 10 milhões de iemenitas “estão em situação de insegurança alimentar aguda”.

Com o objetivo de alimentar 13 milhões de pessoas por mês, entre elas 1,1 milhão de mulheres e crianças menores de cinco anos, a operação do PMA no país sofre com a falta de recursos.

Segundo a coordenadora humanitária da ONU para o Iêmen, Lise Grande, em 2020 foram doados apenas 1 bilhão de dólares, dos 3,2 bilhões que o país precisa. A falta do dinheiro forçou a missão a suspender ou reduzir mais de um terço de seus maiores programas humanitários. Somente no país, 20 milhões de pessoas estão em situação de insegurança alimentar.

Continua após a publicidade

O PMA freta o equivalente a 5.600 caminhões, 30 navios e quase 100 aeronaves todos os dias, geralmente por meio de ONGs e de transportadoras privadas para atender pessoas em necessidade. Em alguns locais, devido ao terreno, o transporte de alimentos é feito até mesmo com o uso de animais de carga. O programa também trabalha em estreita colaboração com a Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO) e o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (Fida), todos integrados à ONU.

No mundo, mais de 821 milhões de pessoas sofrem de fome crônica, e outros 135 milhões vivem com fome, ou têm deficiências críticas na dieta. Devido a pandemia de Covid-19, outras 130 milhões poderão se somar a este total.

O número de pessoas vivendo em um quadro de insegurança alimentar aguda no mundo aumentou quase 70% nos últimos quatro anos. E, agora, com a crise econômica provocada pelo coronavírus, pode-se chegar a uma situação de “pandemia de fome”, alertou o PMA, apontando América do Sul e a África Austral, Central e Ocidental como as regiões mais vulneráveis.

“Precisamos urgentemente de apoio adicional dos doadores, que, é claro, estão sob grande estresse com o impacto da pandemia em seus próprios países”, disse Phiri.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.