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Depois de “O Rei Leão”: 9 ótimas adaptações literárias disfarçadas

Se “Hamlet” pode ser encenado com animais falantes, então Julieta pode se apaixonar por um Romeu zumbi, e Jane Austen brilhar na high school

Por Isabela Boscov Atualizado em 2 ago 2019, 16h00 - Publicado em 2 ago 2019, 16h00
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  • 10 Coisas que Eu Odeio em Você

    Onde: Netflix, NOW

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    Tirado de… A Megera Domada, peça de William Shakespeare publicada em 1593

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    Então com 19 anos mas já transbordando carisma, Heath Ledger é Patrick Verona, o aluno cool e outsider que tenta convencer a turrona e independente Kat – uma também irresistível Julia Stiles – a se dobrar ao seu charme. Claro que Patrick vai se apaixonar por Kat. E é claro também que Kat vai descobrir que ele tentou seduzi-la por causa de uma armação com sua irmã menor, e ficar furiosa. A cena em que Ledger canta Can’t take My Eyes Off You no campinho da escola é antológica.

    10 Coisas que Eu Odeio em Você
    10 Things I Hate About You, 1999 (Disney/Divulgação)

    As Patricinhas de Beverly Hills

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    Tirado de… Emma, de Jane Austen, publicado em 1815

    Nenhuma das adaptações tradicionais de Emma jamais chegou perto da perfeição que é esta atualização da diretora Amy Heckerling. O roteiro é impecável, a condução é deliciosa, Alicia Silverstone está uma maravilha como a garota rica e fútil, mas meiga, que faz planos casamenteiros para as amigas, e Paul Rudd, que então ninguém sabia ser bom de comédia, fica na medida exata de doce-azedo como o cara mais velho que ela não nota, mas é o número dela. Um pequeno clássico que não perde o brilho.

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    As Patricinhas de Beverly Hills
    Clueless, 1995 (Paramount/Divulgação)

    O Diário de Bridget Jones

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    Tirado de… Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, publicado em 1813

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    Bridget já passou dos 30, mas se tortura por ainda não ter encontrado o homem certo (e nem o errado). Não é gorda, mas adoraria ser mais magra. Da sua lista de resoluções consta parar de fumar, de beber, de esquecer de lavar a roupa e de perder tempo vendo novelas. No momento, está empacada num emprego medíocre numa editora, mas não sai de lá porque anda meio apaixonada por seu chefe (Hugh Grant), que vive jogando charme para a funcionária, mas obviamente não é um namorado confiável. Bridget tem ainda o dom da gafe: sabe escolher como ninguém a hora errada de dizer a coisa errada – o que garante a antipatia imediata entre ela e o empedernido Darcy (Colin Firth), e uma longa série de constrangimentos até eles perceberem que foram feitos um para o outro. A rigor, essa delícia de filme estrelado por Renée Zellweger é adaptado do livro da escritora Helen Fielding – mas este, por sua vez, é fan-fiction de Jane Austen.

    O Diário de Bridget Jones
    Bridget Jones’s Diary, 2001 (Universal/Divulgação)

    Segundas Intenções

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    Tirado de… As Ligações Perigosas, de Choderlos de Laclos, publicado em 1782

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    Pérfidos como só eles, os sedutores seriais Ryan Phillippe e Sarah Michelle Gellar resolvem colocar em tentação a ingênua Reese Witherspoon, para que ele dê cabo da virtude dela. Hoje o filme sobrevive mais como curiosidade, já que é inesperada a ideia de transpor o romance trágico do francês Choderlos de Laclos para o ambiente do colégio. Para ver uma adaptação realmente fabulosa, procure o Ligações Perigosas que Stephen Frears dirigiu em 1988, com John Malkovich, Glenn Close e Michelle Pfeiffer.

    Segundas Intenções
    Cruel Intentions, 1999 (Sony/Divulgação)

    A Mentira

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    Tirado de… A Letra Escarlate, de Nathaniel Hawthorne, publicado em 1850

    Emma Stone é Olive, a aluna certinha do colégio que, para não admitir que passou o fim-de-semana em casa e escapar da desgraça social, inventa que perdeu a virgindade para um rapaz de faculdade. A história circula, Olive cai em desgraça – mas vira também objeto de admiração para os colegas mais aventureiros. Difícil acreditar que ninguém na escola notaria Emma Stone; tirando isso, o filme é uma graça (só para constar, no livro a desgraça desaba sobre a moça obrigada a usar na roupa a letra “A” de adúltera em vermelho).

    A Mentira
    Easy A, 2010 (Sony/Divulgação)

    O Retorno de Tamara

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    Tirado de… Longe Deste Insensato Mundo, de Thomas Hardy, publicado em 1874

    Gemma Arterton é a Tamara do título, uma colunista que volta para seu vilarejo pitoresco na Inglaterra para vender a casa da família e, simplesmente porque pode, mexe com a cabeça de Luke Evans, um rapaz de ouro que atravessa tempos difíceis – ao mesmo tempo em que deixa que o rockstar vivido por Dominic West mexa com a cabeça dela. O romance dramático de Thomas Hardy, um dos maiores sucessos literários do século 19, ganha aqui uma versão espirituosa, quase farsesca, mas nada boba. Se quiser ver uma adaptação de época e no tom original do livro, corra atrá do Longe Deste Insensato Mundo de Thomas Vinterberg, lançado em 2015: é lindo de morrer.

    O Retorno de Tamara
    Tamara Drewe, 2010 (Sony/Divulgação)

    Coração de Cavaleiro

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    Tirado de… Os Contos de Canterbury, de Geoffrey Chaucer, coletânea publicada entre 1387 e 1400

    Bobinho de tudo, e extremamente agradável na sua inocência, o filme trata de William Thatcher (Heath Ledger, porque nunca é demais vê-lo), um servo que sonha virar cavaleiro. Quando seu senhor morre, William se disfarça com a armadura do falecido e entra num torneio, onde imediatamente arruma um rival malvado – o qual enfrenta com a ajuda de um jovem escritor que vive perdendo as roupas no carteado. Paul Bettany faz o escritor – ninguém menos que o próprio Geoffrey Chaucer, fundador da poesia inglesa com os Contos de Canterbury, num dos quais o filme se baseia bem de leve e com certa doidice: o público dos torneios faz olas e canta We Will Rock You, do Queen (isso no século 14), e William dança com sua namorada ao som de David Bowie. Ele próprio, aliás, acaba se tornando uma espécie de astro pop. Por incrível que pareça, dá certo, inclusive como homenagem à irreverência de Chaucer.

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    Coração de Cavaleiro
    A Knight’s Tale, 2001 (Sony/Divulgação)

     

    Ela É Demais

    Onde: Telecine

    Tirado de… Pigmalião, peça de Bernard Shaw, publicada em 1913

    Freddie Prinze Jr., o garoto mais popular do último ano da escola, aposta que vai conseguir transformar a retraída e sem-graça Rachael Leigh Cook na rainha do baile – e assim, de quebra, irritar a namorada igualmente popular que deu o fora nele e tem certeza de que vai ser ela a coroada no prom. O Pigmalião já foi adaptado com e sem crédito uma infinidade de vezes (My Fair Lady ainda é a melhor delas), mas não é no enredo central que esta versão se sai melhor: é nos toques, detalhes e subtramas que ficam nas bordas da história e que sugerem que, deixado à vontade, o diretor Robert Iscove poderia ter feito um pequeno clássico na linha de As Patricinhas de Beverly Hills.

    Ela É Demais
    She’s All That, 1999 (Disney/Divulgação)

    Meu Namorado É um Zumbi

    (Warm Bodies, 2013)

    Onde: Looke

    Tirado de… Romeu e Julieta, de William Shakespare, publicado em 1595

    O diretor Jonathan Levine acaba de comprovar com Casal Improvável seu talento e também sua capacidade de revisitar de maneira inventiva e revigorante material já explorado antes à exaustão – neste caso, a tragédia mais largamente utilizada de Shakespeare. A novidade: Romeu e Julieta não vêm exatamente de famílias inimigas, mas de, hmmm, segmentos concorrentes da sociedade (ou do que sobrou dela) – ele virou zumbi, ela ainda está viva. Levine coloca tanta graça no roteiro e na direção, e Nicholas Hoult é tão encantador como zumbi, que não há a menor dúvida de que a Julieta de Theresa Palmer vai repensar seus preconceitos. Acredite: é irresistível.

    Meu Namorado É um Zumbi
    Warm Bodies, 2013 (Paris Filmes/Divulgação)
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