A iminência do desembarque do PSDB do governo Michel Temer causou alvoroço no chamado “centrão” da Câmara — grupo de deputados conhecido pelo apetite insaciável por cargos na e emendas parlamentares para seus redutos eleitorais. O recado enviado ao Palácio do Planalto por PP, PR, PTB, PRB e outras siglas nanicas é direto: as cadeiras tucanas na Esplanada são a moeda de troca para assegurar os 172 votos que Temer precisaria para se livrar das denúncias da Procuradoria-Geral da República. Das quatro pastas ocupadas pelo PSDB, duas interessam especialmente aos parlamentares fisiológicos: Cidades, pelo volume de verbas para obras e programas, e a Secretaria de Governo, pelo controle da articulação política e a interlocução direta com o Planalto.

Segundo aliados do governo, Temer repassaria os cargos cobiçados sem esforço. A pedra no caminho, avaliam, seriam os deputados do seu PMDB, que seguramente também estão de olho nas cadeiras.

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