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Felipe Moura Brasil Por Blog Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
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Os sinais da prisão de Lula e do impeachment de Dilma ouvidos de uma praia distante

Estou na praia em Florianópolis, saboreando o noticiário do naufrágio petista. Cheguei na sexta à noite a tempo de cantar “Anunciação”, de Alceu Valença, no karaokê, em homenagem ao impeachment de Dilma Rousseff e à prisão de Lula da Silva: “Tu vens, tu vens, eu já escuto os teus sinais…” Se você não escutou ainda, […]

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 01h35 - Publicado em 18 abr 2015, 18h37
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    Lula, pouco antes do naufrágio total

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    Estou na praia em Florianópolis, saboreando o noticiário do naufrágio petista.

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    Cheguei na sexta à noite a tempo de cantar “Anunciação”, de Alceu Valença, no karaokê, em homenagem ao impeachment de Dilma Rousseff e à prisão de Lula da Silva:

    “Tu vens, tu vens, eu já escuto os teus sinais…”

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    Se você não escutou ainda, eu os traduzo abaixo.

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    A VEJA mostrou que João Vaccari Neto era um operador a serviço dos dois presidentes, que, como bons petistas, agora tentam colocar a culpa um no outro para se salvarem.

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    Em conversa reservada sobre os 200 milhões de dólares que, segundo Pedro Barusco, foram roubados pelo PT na Petrobras, Dilma afirmou que não tinha relações políticas com o tesoureiro do partido e que, “se alguém deveria estar preocupado, esse alguém era o Lula”.

    Lula, de fato, está tão preocupado que, para melar a Lava Jato, pensa até em derrubar Dilma por crime de responsabilidade, por exemplo, com a colaboração do amigo José Múcio no TCU.

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    Por mais que negue, Dilma está tão preocupada que escalou José Eduardo Cardozo e Luís Inácio Adams para saírem em sua defesa. Como tuitei ontem: “Patético”, “lamentável”, “desespero compulsivo” é advogado administrativo na pasta da Justiça dizer isso de quem pede impeachment de Dilma – quando os motivos já estão todos na mesa.

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    Hoje ela ainda escalou o “preocupadíssimo” (segundo Ricardo Pessoa) Edinho Silva, ministro da propaganda do governo do PT e tesoureiro da campanha de 2014, para dizer que “Vaccari não é problema do governo. É problema do partido”.

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    Mentira. Além de usar a Justiça Eleitoral para lavar dinheiro sujo, Vaccari também praticou, segundo a VEJA, o bom e velho “caixa dois”, que teria custeado uma despesa da primeira campanha presidencial da petista.

    Para completar, a Época mostrou que Antonio Palocci, quando era arrecadador dessa mesma campanha de 2010, recebeu 12 milhões de reais em pagamentos suspeitos. Ouvido pelo Ministério Público Federal, ele não conseguiu comprovar que prestou serviços às empresas pagadoras.

    As descobertas dos procuradores são “estarrecedoras”:

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    a) Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça(!) morto no ano passado, repassara 5,5 milhões de reais a Palocci em 11 pagamentos sem contrato, sendo os primeiros 3,5 milhões durante a campanha eleitoral e os outros 2 milhões depois que ele se tornou ministro da Casa Civil de Dilma.

    O escritório de advocacia de Bastos aparentemente funcionava como a casa da cunhada de Vaccari, Marice – ou seja: como uma central de repasse de propinas.

    Palocci, em vez de ficar quieto como o defunto, alegou aos procuradores que o Pão de Açúcar o havia remunerado por um trabalho, mas o próprio Pão de Açúcar desmentiu o arrecadador.

    b) Palocci também recebeu 2 milhões de reais da JBS e, embora ele tenha admitido que recebeu da empresa, a JBS informou por e-mail à Época que nunca teve qualquer negócio com o petista.

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    Dois meses após contratar Palocci, no entanto, a JBS comprou o frigorífico Bertin, então praticamente quebrado, e ganhou 3,47 bilhões de reais do BNDES para financiar sua dívida. No MPF, a suspeita é que Palocci tenha intermediado a negociata.

    c) Durante a campanha eleitoral, ele também ganhou 4,5 milhões de reais da Caoa, que tem uma montadora da Hyundai em Goiás. O grupo queria obter isenções fiscais para sua fábrica, o que conseguiu em 2011, quando Palocci já era ministro da Casa Civil.

    Eduardo Leite, vice-presidente da Camargo Corrêa, foi mais sincero que o ministro-arrecadador em sua delação: admitiu que a empreiteira pagou 110 milhões de reais em propinas para abastecer o esquema de corrupção na Petrobras, sendo 63 milhões à área de Serviços comandada por Renato Duque (o homem de José Dirceu) e Pedro Barusco; e 47 milhões à Diretoria de Abastecimento, comandada por Paulo Roberto Costa, indicado por Lula.

    Já Dalton Avancini, presidente da Camargo Corrêa, delatou a Odebrecht como líder do cartel na estatal, coordenado, segundo ele, por Ricardo Pessoa, da UTC. As duas empreiteiras recebiam “os maiores volumes de contratos” em função do “relacionamento estreito com a Petrobras”.

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    Como já dito aqui: Quando a Odebrecht cair, Lula, o lobista da empresa, há de cair também. E o cerco da Lava Jato à Odebrecht está se fechando.

    (Pausa para uma lulinha frita à beira-mar. Hummm. Delícia.)

    “Tu vens, tu vens, eu já escuto os teus sinais…”

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    Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil

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