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Felipe Moura Brasil

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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
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Hollywood e o Bonequinho do Globo manipulam você

O crítico de cinema Mario Abbade, aquele cuja resenha picareta de “Blood Money: aborto legalizado” eu descasquei no meu artigo “O filme que o Bonequinho do Globo não quer que você veja“, agora me vem com essa pérola, em resenha do filme “Até o fim”, para explicar por que Robert Redford nunca teve muito prestígio com a Academia […]

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 2 dez 2016, 15h57 - Publicado em 11 mar 2014, 01h34
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  • Captura de Tela 2014-03-10 às 19.54.23O crítico de cinema Mario Abbade, aquele cuja resenha picareta de “Blood Money: aborto legalizado” eu descasquei no meu artigo “O filme que o Bonequinho do Globo não quer que você veja“, agora me vem com essa pérola, em resenha do filme “Até o fim”, para explicar por que Robert Redford nunca teve muito prestígio com a Academia que concede o Oscar, ainda que tenha sido indicado para Melhor Ator por “Golpe de mestre” (1973) e vencido(!) como diretor por “Gente como a gente” (1981): “Sua verve ambientalista e democrata de primeira hora e suas críticas à política americana nunca ajudaram muito com os conservadores de Hollywood.”
     
    É como se o ativismo de esquerda de Redford tivesse sido – imagine! – um OBSTÁCULO para a sua premiação (sendo que, neste ano, ele mesmo atribuiu sua não indicação à “pouca ou nenhuma promoção” por parte dos distribuidores do filme). É como se a “verve ambientalista” de Al Gore não tivesse rendido um Oscar de Melhor Documentário a “Uma verdade inconveniente”, uma das empulhações esquerdistas mais convenientes de todos os tempos. Como se Michael Moore, Sean Penn, Ben Affleck e demais “democratas de primeira hora” não ganhassem Oscars todo ano, em boa parte GRAÇAS ao discurso “politicamente correto” de suas obras, como no caso de Affleck com “Argo”, o filme que “reconta a crise dos reféns do Irã”, como escreveu meu compadre Alexandre Borges, “de um jeito que limpa a barra de Jimmy Carter e apaga Ronald Reagan do episódio, assim como Stálin apagava seus inimigos das fotos e dos livros de história”. “Argo”, cuja vitória, vale lembrar, foi anunciada pela própria primeira-dama Michelle Obama para escancarar de vez o esquerdismo da festa, venceu “Zero Dark Thirty”, de Kathryn Bigelow, que, como todos sabem em Hollywood, cometeu o “pecado” de sugerir que as informações obtidas pela CIA por meio das sessões de waterboarding aplicadas a terroristas do 11 de setembro foram fundamentais para localizar Bin Laden. A menos, pois, que conservadores como Clint Eastwood, James Woods e Gary Sinise tenham viajado no tempo e refundado a Academia, Abbade prova mais uma vez que vive no universo paralelo dos ativistas de jornal.
     
    Olavo de Carvalho – que outro dia mesmo anotou no Facebook a associação de um político corrupto ao partido republicano no filme “Difícil de matar” (“Hard to kill”), de 1990, com Steven Seagal – já resumia o posicionamento de Hollywood no artigo “A maior fábrica de mentiras“, de 2002, no qual também antecipava a descrição de jornalistas brasileiros como Abbade:
     
    Hollywood Party“…veja quantos filmes americanos produzidos desde os anos 60 passam num só dia nos vários canais de TV a cabo e anote quantos deles contêm mensagens de antiamericanismo explícito ou pelo menos implícito. São praticamente todos. E ainda há na nossa imprensa canalhas ou imbecis que exploram o estereótipo de Hollywood como ‘usina de sonhos’ (expressão do crítico comunista Bela Balász) voltada à glorificação do ‘american way of life’. Hollywood tornou-se uma máquina de propaganda comunista e de arrecadação de fundos para o Comintern já desde a década de 30, numa operação engenhosa e sutil coordenada pessoalmente por Stálin, e até hoje não mudou em nada. As manifestações de ódio compacto da classe cinematográfica a Elia Kazan — um patriota que ousou falar contra o genocídio stalinista — já bastariam para ilustrar o que estou dizendo. Mas, se têm dúvidas, leiam ‘Hollywood Party‘, de Kenneth Billingsley, e pasmem diante da astúcia com que a ‘intelligentzia’ comunista soube tirar proveito do ‘show business’ e ainda denunciá-lo como instrumento do imperialismo ianque.”
     
    Primetime PropagandaQuem quiser se pasmar mais ainda com o domínio esquerdista do show business, em vez de repetir slogans anti-imperialistas adquiridos em salas de aula e nos cadernos “culturais” do Globo, deve ler também o best seller de Ben Shapiro de 2011, sem tradução no Brasil, “Primetime Propaganda: The True Hollywood Story of How the Left Took Over Your TV” [“Propaganda em horário nobre – A verdadeira história de como a esquerda assumiu o controle da sua TV”], em que 39 produtores de Hollywood CONFESSAM que os seriados promovem a agenda esquerdista e que a indústria televisiva é inteiramente desse viés, o que o criador de “MacGyver” acha ótimo. Shapiro ganhou a confiança dos entrevistados usando seu boné universitário: “Sendo judeu e tendo estudado em Harvard, há 98,7% de possibilidades de ser de esquerda”, explica ele, mostrando como os produtores se sentiram à vontade, com quem supunham ser da mesma tribo ideológica, para relatar alegremente como usavam suas obras a favor da “justiça social”. Os vídeos promocionais do livro, reunidos em matéria da Hollywood Reporter, continham alguns dos depoimentos gravados, assim como a entrevista de Shapiro a Bill O’Reily, que pode ser vista com legendas em português aqui (mas onde se lê “liberal” e “liberalismo”, deve-se ler “esquerdista” e “esquerdismo”. O link contém ainda um resumo dos depoimentos).
     
    Em agosto de 2012, o insuspeito esquerdista Jonathan Chait admitiu na New York Magazine aquilo que conservadores como Shapiro já denunciavam havia décadas: que Hollywood é dominada pela esquerda. “Você não tem de ser um consumidor especialmente devotado de filmes ou televisão (eu não sou) para detectar um esquerdismo generalizado, senão total. Em suma, o mundo da cultura popular cada vez mais reflete uma realidade própria em que o Partido Republicano está ausente ou é demonizado. Essa realidade são os pressupostos culturais, em especial, dos eleitores mais jovens cujo apoio se tornou a base do Partido Democrata.”
     
    Chait revelou o método básico utilizado para conquistá-los: “Na maior parte dos casos, a sua televisão não está diretamente tentando alterar suas crenças políticas. Ela está sobretudo transmitindo um conjunto de valores [no original, “ethos”] em que a ganância não é apenas ruim, mas a principal fonte do mal; figuras de autoridade de todos os tipos não são confiáveis; a liberdade sexual é um valor absoluto; e a igualdade social de todos os tipos é fundamental. Dentro do universo moral dessa cultura, os méritos desses valores são auto-evidentes. Mas para o grande público dos EUA que não compartilha esse conjunto de valores, isto parece um presunçoso e autoperpetuador conluio contra eles.” Parece, não. É exatamente isto! “Nós esquerdistas devemos muito de nosso sucesso à campanha publicitária de uma minúscula elite cultural desproporcionalmente influente”, admitiu Chait, em grande momento.
     
    O colunista até citou o Brasil como um país onde a televisão mudou os costumes sociais drasticamente graças à inculcação de um sistema de valores mais esquerdista, o que nosso best seller “O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota” esmiuça. Na ocasião, Shapiro comentou aquilo que Olavo de Carvalho afirma há décadas sobre a situação brasileira, inclusive sobre as novelas: “O povo norte-americano foi enganado. Fomos informados de que o nosso entretenimento era apenas isso: entretenimento, em oposição à propaganda. Isso era falso. E os americanos, por ignorar o problema, permitiram que a coisa apodrecesse. Enquanto os conservadores não acordarem e perceberem que eles não vão reconquistar seu país sem reconquistar sua cultura, eles vão continuar a perder seu país para aqueles que sabem como manipular as emoções com roteiros, iluminação e trabalhos de câmera.”
     
    Qualquer pessoa minimamente intelectualizada sabe que, da TV à Academia, Hollywood é o paraíso da esquerda e que os atores conservadores, como James Woods, é que temem perder seus empregos por se revelarem como tais, que dirá os prêmios. No Oscar deste ano, depois que Matthew McConaughey rompeu os padrões da cerimônia e agradeceu a Deus pelo prêmio de Melhor Ator, todos os conservadores americanos (e eu também) fizeram piadinhas a respeito da reação da plateia esquerdista e não há quem não suspeite que foi a primeira e última vez que ele ganhou. “Talvez três pessoas tenham reagido positivamente”, disse Rush Limbaugh. “Com que agência ele trabalha?”, estariam pensando as celebridades na hora, segundo Glenn Beck – que ainda comentou em seguida: “Eu realmente amo esse cara. Onde ele andou escondido?” Ann Coulter tuitou: “Membros do comitê do Oscar pensando: ‘M*rda! Eu não devia ter votado em McConaughey com todo esse papo de Deus’”… Robert Redford pode não ter ganho mais Oscars por todos os motivos do mundo, até mesmo por ser bonito, mas por ser um “democrata de primeira hora”… só na cabeça de jornalistas ativistas como Mario Abbade.
     
    Não deixe que a sua fique assim também.
     
    Felipe Moura Brasilhttps://www.veja.com/felipemourabrasil
     
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