Estou no módulo Instagram. Sol, folia e miguxada.
Mas o ritmo carnavalesco não me impedirá de dar ao menos algumas notinhas.
1.
Caetano “Black Bloc” Veloso se refere a um “blogueiro”, que ele também chama de “cara”, em seu artigo “Vertentes” do Globo de domingo, no qual tenta responder meu texto “De boas intenções, Caetano Veloso está cheio” e esclarecer – o que, em seu caso, é sempre obscurecer mais um pouco – suas “opiniões” sobre Olavo de Carvalho, com aquela leviandade que lhe é peculiar e a perfeita incompreensão – não sei se fingida – daquilo que ele mesmo escreve. Por ora, porém, só tenho uma coisa a dizer a respeito: esse “cara” sou eu.
2.
45 pessoas são assassinadas por dia na África do Sul, como acaba de me lembrar uma matéria da CNN. Ganhamos (em números absolutos). Pelo menos 137.
3.
Quando a apresentadora deste Oscar, Ellen Degeneres, fez piadinha [aos 8min35seg do vídeo abaixo] dizendo que, se “12 anos de escravidão” não ganhasse a estatueta de Melhor Filme, “vocês são todos racistas”, acho que a maioria de celebridades de esquerda na plateia ficou na dúvida se era piada mesmo.
4.
“A caça” perdeu para “A grande beleza” o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, mas relembro meu comentário de junho de 2013:
“(…) Para que jamais se esqueçam de se informar a respeito de um assunto, antes de sair acusando os outros de crimes que eles não cometeram, recomendo a todos os meus leitores que assistam ao extraordinário filme dinamarquês ‘A caça’ (crítica – aqui), sobre um professor de jardim de infância acusado de abuso sexual, que dá a dimensão exata de como o desprezo humano pela verdade e a consequente perda total do senso de justiça levam as pessoas a cometer as maiores atrocidades contra um bode expiatório qualquer.
Mas sei que não adianta recomendar o filme aos parasitas. Assim como eles não têm a humildade de repensar suas opiniões, acusações e sobretudo a forma apressada, mal-educada e estúpida com que as emitem na página alheia, eles dificilmente teriam a grandeza de se reconhecer nos personagens que os retratam.”
5.
Mudar de canal do Oscar para a Sapucaí foi uma experiência tão fascinante que fiquei apertando os botões do controle remoto como se fosse um joystick, na esperança de que, num passe de mágica, a São Clemente entrasse no Teatro Dolby para animar a festa.
6.
E pensar que outro dia mesmo, em 2009, o texano agora vencedor do Oscar de Melhor Ator, Matthew McConaughey, estava no canal da Sapucaí… A mágica dele deu certo. Fez bem de agradecer a Deus (ainda que isto não renda aplausos entusiasmados da plateia esquerdista).
7.
Um negro é presidente, os negros ganham Oscars… e a esquerda está lá, dizendo aos negros [ver meu artigo O mundo inteiro está cheio de todo mundo] que eles precisam da ajudinha do governo para ser alguém, porque o país é muito racista.
8.
E vocês aí que acham paranoia chamar o Oscar de maior festinha de esquerda do mundo acham mesmo que um filme sobre a escravidão de negros por negros no mundo árabe teria chance, né? Aham…
[A propósito: bibliografia básica sobre o tráfico de escravos no Islam – aqui.]
9.
Só por sugerir que as informações obtidas por waterboarding podem sido importantes para encontrar Bin Laden, Kathryn Bigelow – queridinha da patota esquerdista – já perdeu as chances de levar a estatueta de Melhor Filme com “Zero Dark Thirty” em 2013. Imagine se alguém sugerisse que houve muito mais escravidão no mundo árabe…
A Academia gosta é de filmes fofinhos como “Argo” e “12 anos de escravidão”.
10.
Voltando ao Brasil: Olavo de Carvalho, felizmente, recuperou sua página no Facebook [conheça o caso da mordaça virtual – aqui] na manhã desta segunda-feira e deixou lá este recado:
Em outras palavras: a canalhada não vai nos calar.
Felipe Moura Brasil – https://www.veja.com/felipemourabrasil
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