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Áudio revela a fraude de Guido Mantega na Petrobras

Não foi só o rombo nas contas públicas com pedaladas fiscais. Guido Mantega também tentou esconder o rombo de R$ 88,6 bilhões no patrimônio da Petrobras. A Bloomberg, no começo de março, já tinha revelado que Dilma Rousseff mandou atropelar a lei para que o rombo fosse escondido. A petista recebeu ligações de Mantega e Graça Foster na noite […]

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 01h27 - Publicado em 8 Maio 2015, 09h26

guido-mantegaNão foi só o rombo nas contas públicas com pedaladas fiscais.

Guido Mantega também tentou esconder o rombo de R$ 88,6 bilhões no patrimônio da Petrobras.

A Bloomberg, no começo de março, já tinha revelado que Dilma Rousseff mandou atropelar a lei para que o rombo fosse escondido.

A petista recebeu ligações de Mantega e Graça Foster na noite em que ambos “estavam no meio de uma reunião do conselho e discordaram acaloradamente”.

A Folha de S. Paulo obteve o áudio dessa reunião de oito horas, realizada no dia 27 de janeiro deste ano. A gravação comprova as posições do ex-ministro da Fazenda e da então presidente da Petrobras antecipadas pela Bloomberg.

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Enquanto Mantega pressionava pela fraude, Graça defendeu que o mercado fosse informado, o que acabou ocorrendo em uma nota explicativa e desagradando Dilma, que a substituiu pouco tempo depois por Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil.

Quando finalmente divulgou seu balanço três semanas atrás, a Petrobras desprezou aquele valor e admitiu ter perdido R$ 44,6 bilhões em patrimônio, principalmente pela má gestão e pela corrupção na construção de refinarias.

A gravação
Mantega, que presidia o conselho de administração, diz no áudio:

“Acho uma temeridade divulgar esse número. Vai afetar o nosso rating, custo financeiro, a solidez da empresa por algo de que não temos certeza. Cria a possibilidade de que a Petrobras tenha um endividamento muito maior em relação a seu patrimônio.”

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Graça poderia ter respondido que temeridade é entregar o Brasil a Mantega. Mas apenas se mostrou preocupada em ser responsabilizada por omitir informações:

“E se a CVM me pergunta sobre esses números? Se existe, por que não divulgaram? Quem está escondendo esse número? De quem é a responsabilidade? Da diretoria ou do conselho?”

Ela tinha receio de vazamentos, porque “mais de cem pessoas tiveram acesso”.

Mantega responde que a empresa “faz vários relatórios e nem todos são revelados”.

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Em seguida, o afilhado político de Dilma busca a cumplicidade dos colegas: “o que discutimos aqui está sobre regra de sigilo. Somos todas pessoas responsáveis. [O número apurado pela consultoria] não deveria vazar”.

Graça argumenta que há ainda outro motivo para divulgar os números.

No dia seguinte, a Petrobras corria o risco de que 27 credores pedissem a antecipação do vencimento de US$ 19,3 bilhões em dívidas, porque a estatal não conseguia divulgar o balanço, uma obrigação estabelecida em contrato.

“Temos que negociar com esses credores. Pode ter chinês batendo na nossa porta cobrando todo tipo de coisa. Agora, quanto mais informação você mostra, mais chance tem de ser bem-sucedido.”

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Não foi o caso de Graça, é claro. No governo do PT, quanto mais você mostra, menos chance tem de manter o cargo.

guido-mantega-ministro-da-fazenda-e-dilma-rousseff-presidente-da-republica-1386866965928_615x300A ameaça
Na reunião, Mantega teve o apoio de Luciano Coutinho, Miriam Belchior e Sérgio Quintela. Graça, dos representantes dos acionistas minoritários, Mauro Cunha e José Monforte, e do representante dos funcionários, Silvio Sinedino.

“Se não divulgarmos os dados, estaremos mentindo. Estamos vendo uma mudança de 180 graus no que foi discutido dois dias atrás, o que reflete mais uma vez a interferência do acionista controlador da companhia (o governo)”, disse Cunha.

Dilma, de fato, queria que Mantega mentisse. Uma pena que a Folha não tenha obtido o áudio de seu telefonema para a madrinha.

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O jornal informa, no entanto, que Mantega acaba concordando com a publicação do cálculo, porque, nos bastidores da reunião, o governo tomou conhecimento de que Cunha e Monforte pretendiam protocolar o número na CVM caso ele não fosse divulgado.

“Foi só nesse momento, às 22h, que Mantega permitiu que o cálculo fosse divulgado.”

Essa gente é assim: só admite o mínimo de transparência à base de ameaça.

Procurado, o ex-ministro informou à Folha que “o que importa é que, sob sua presidência, o conselho divulgou os dados, e que discussões internas fazem parte do processo de decisão da companhia”.

Assim como Dilma Rousseff sobre as investigações do Petrolão, Mantega também se vangloria daquilo que tentou impedir.

É próprio de todo petista.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil

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