No meu vídeo viral para a PragerU, gravado originalmente em outubro de 2016, comentei o seguinte:
“Mas finalmente as coisas estão começando a mudar. Talvez haja motivo para esperança. Hoje, mais e mais brasileiros veem o capitalismo e o governo limitado como o único caminho a seguir.”
Uma pesquisa realizada entre novembro de 2016 e janeiro de 2017 pela Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, comprova o que afirmei.
Os petistas quiseram descobrir por que os moradores de bairros periféricos de São Paulo, acima de 18 anos, com renda familiar mensal de até cinco salários mínimos, que votaram no partido entre 2002 e 2012, negaram-se a votar em Dilma Rousseff para a Presidência em 2014 e em Fernando Haddad para a Prefeitura em 2016.
Diz o editorial do Estadão desta segunda-feira, “O colapso do discurso petista”:
“O resultado desse trabalho ilustra o quão descolado da realidade está o discurso petista voltado para os mais pobres. Mais do que isso, permite perceber que esses eleitores, diferentemente do que apregoam os ideólogos petistas, consideram o Estado, e não a ‘burguesia’, como seu inimigo, valorizam a meritocracia e entendem que a crise ética da sociedade não é resultado de vícios estruturais, e sim de mau comportamento individual, que deve ser resolvido, antes de mais nada, pela família.”
Reproduzo também o trecho final:
“O estudo é obrigado a reconhecer que ‘o principal confronto existente na sociedade não é entre ricos e pobres, entre capital e trabalho, entre corporações e trabalhadores’, e sim ‘entre Estado e cidadãos, entre a sociedade e seus governantes’. Para os entrevistados, ‘todos são vítimas do Estado que cobra impostos excessivos, impõe entraves burocráticos, gerencia mal o crescimento econômico e acaba por limitar ou sufocar a atividade das empresas’. A maioria, ademais, se disse favorável a ‘uma atuação mais integrada entre poder público e iniciativa privada em favor da coletividade’.
Dessa forma, segundo a Fundação Perseu Abramo, ‘abre-se espaço para o liberalismo popular, com demanda de menos Estado’. A entidade sugere que, se quiser voltar a prevalecer nas urnas, ‘o campo democrático-popular precisa produzir narrativas contra-hegemônicas mais consistentes e menos maniqueístas’. É o reconhecimento, afinal, de que a estratégia petista de hostilizar as ‘elites’ fracassou, e é também a prova de que um projeto político que racionalize o Estado, estimule a iniciativa privada e premie os melhores e mais esforçados é eleitoralmente viável.”
É o que tem afirmado exaustivamente este blog.
Grato pela confirmação, PT.
Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
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