Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Em Cartaz

Por Raquel Carneiro
Do cinema ao streaming, um blog com estreias, notícias e dicas de filmes que valem o ingresso – e alertas sobre os que não valem nem uma pipoca
Continua após publicidade

‘Sociedade da Neve’: a saga do homem que encontrou os sobreviventes

O chileno Sergio Catalán trabalhava na região dos Andes quando avistou dois homens vagando na outra margem de um rio

Por Amanda Capuano Atualizado em 8 Maio 2024, 16h43 - Publicado em 22 jan 2024, 11h38

No dia 21 de dezembro de 1972, o pastor de mulas Sergio Catalán estava em um dia comum de trabalho nos Andes quando avistou dois homens na margem oposta do rio. Ocupado com o gado, ele pensou que os rapazes passeavam pela região, mas, pouco tempo depois, um deles o seguiu até a margem e tentou se comunicar desesperadamente. Sem conseguir ouvir o que ele dizia por causa do barulho da água, Catálan jogou ao homem papel e caneta, e recebeu uma mensagem que mudaria a vida de de diversas pessoas: “Venho de um avião que caiu nas montanhas. Eu sou uruguaio. Estamos caminhando há dez dias”, dizia a nota, que aparece reproduzida rapidamente no filme A Sociedade da Neve, sucesso recente da Netflix inspirado em um caso real.

Em outubro daquele ano, o time de rúgbi uruguaio Old Christians partiu de Montevidéu rumo a Santiago, no Chile, para uma partida amistosa, mas o avião em que estavam caiu na Cordilheira dos Andes. Das 45 pessoas a bordo, 29 sobreviveram à queda. No local inóspito, com temperaturas que chegavam a 30 graus negativos, sem comida e sob os efeitos devastadores da altitude de 4 000 metros, o grupo sofreu outras perdas enquanto esperava por socorro — ou um milagre. O resgate não localizou os passageiros, e eles foram declarados mortos. Após 72 dias, o choque: dezesseis sobreviventes foram encontrados graças aos esforços de Roberto Canessa e Fernando Parrado, que se separaram do grupo e caminharam por dez dias em busca de ajuda — e, é claro, de Catalán, o trabalhador rural que avistou os sobreviventes e embarcou em uma saga par salvá-los.

.
Homenagem do time a Segio Catalán, morto em 2020. Na foto: Catalán (em pé), com Roberto Canessa e Fernando Parrado, os sobreviventes que ele avistou nos andes (Old Christians/Reprodução)

Impactado com o bilhete e com o estado debilitado de Canessa e Parrado, Catalán lançou aos homens alguns pães e viajou 120 quilômetros a cavalo até a cidade de Ponte Negra, no Chile. Lá, ele relatou às autoridades o que havia descoberto. Os agentes locais transmitiram a informação para Santiago, mas as autoridades da capital chilena acharam que o homem estava bêbado e inventando histórias. Só acreditaram no relato de Catalán depois de muita insistência e diante da carta escrita por Parrado, que levou a polícia a abrir a operação que colocaria fim ao sofrimento dos sobreviventes: eles foram resgatados no dia seguinte, em 22 de dezembro, e demorou mais dois dias até que os outros 14 sobreviventes conseguissem ser retirados do local do acidente.

Continua após a publicidade

Depois da saga, Catalán manteve um contato próximo com os sobreviventes por décadas, e foi homenageado por eles diversas vezes. Em 2007, os “filhos uruguaios” do chileno chegaram a financiar uma cirurgia de prótese no quadril que Catalán precisava fazer em função de um quadro avançado de artrose. Ele morreu em 2020, aos 91 anos de idade.

Acompanhe notícias e dicas culturais nos blogs a seguir:

Tela Plana para novidades da TV e do streaming
O Som e a Fúria sobre artistas e lançamentos musicais
Em Cartaz traz dicas de filmes no cinema e no streaming
Livros para notícias sobre literatura e mercado editorial

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.