Os sinais de que Rust deve seguir ‘maldição’ de filmes com morte no set
O que dizem as primeiras críticas do filme de Alec Baldwin marcado por tragédia - e que estreia nos Estados Unidos nesta semana

Com chegada simultânea aos cinemas americanos e ao streaming por lá nesta sexta-feira 2, o filme Rust terá tudo, menos uma estreia normal para uma produção com a grife de Hollywood. O longa produzido e estrelado por Alec Baldwin desperta interesse, claro, menos por sua qualidade em si do que pela tragédia que manchou suas filmagens. Há quatro anos, vale recordar, o astro disparou numa cena uma arma que não deveria conter balas de verdade — mas que carregava uma, o que causou a morte da diretora de fotografia Halyna Hurchins e um ferimento no diretor Joel Souza. Depois de um sem-número de idas e vindas nos tribunais, Baldwin acabou absolvido da acusação de homicídio involuntário e a armeira Hannah Gutierrez-Reed, por sua vez, pegou dezoito meses de cadeia pela negligência. Uma das duas questões essenciais que rondam a produção permanece um mistério: como a bala fatal foi parar dentro daquela arma?
O que dizem as críticas sobre Rust?
A outra questão intrigante começou a ser desvendada nesta quinta-feira 1º, quando saíram as primeiras críticas sobre o lançamento: afinal, o filme que enfrentou tamanha tragédia e foi concluído por Baldwin e pelo diretor Souza em meio a grande comoção vale a pena? Talvez em respeito pelo esforço coletivo para concretizar a produção sob esse clima difícil, veículos americanos famosos por seus vereditos bem embasados foram, a princípio, respeitosos em suas avaliações. Tanto a Variety quanto o Hollywood Reporter apontaram que Rust é um western de arte competente, com belos cenários e uma trama que explora de forma intensa o amor de um avô, o Rust do título vivido por Baldwin, por seu neto. O garoto de 13 anos (Patrick Scott McDermott) matou sem querer — olhem a ironia — um rancheiro, e ganha o apoio do progenitor em sua fuga dos agentes da lei.
Qual é a maldição de Rust?
Ainda que julguem o resultado simpático, porém, os veículos americanos são unânimes em afirmar: Rust, no final das contas, não é exatamente um grande filme. Pior que isso, trata-se de um faroeste perfeitamente esquecível. A se acreditar nessas avaliações, o trabalho de Alec Baldwin engrossará, assim, uma triste maldição de Hollywood: a das produções com mortes no set que se revelam irrelevantes. Foi assim nos anos 1980 com Twilight Zone: No Limite da Realidade. Tisnado pela morte do ator Vic Morrow — que teve a cabeça atingida de modo mortal pela hélice de um helicóptero nas filmagens, episódio trágico que vitimou também dois atores infantis –, o filme se mostrou um terror decepcionante. Ou com O Corvo, longa de 1994 em que o ator Brendan Lee, filho do grande Bruce Lee, também foi vítima de um tiro acidental no set. A trama virou cult por esse bastidor macabro, mas foi massacrada pela crítica. Rust, pelo jeito, não escapará dessa sina.
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