Famoso por diversos papéis marcantes, em especial o Soldado Invernal do universo Marvel, Sebastian Stan agora se dedica a uma transformação nada vaidosa: em O Aprendiz, ele se cobre de maquiagem para viver o presidenciável Donald Trump nos anos 1970, quando era apenas um ambicioso aspirante a magnata. O estudo não parou na estética, e o ator disse à revista americana Variety ter concluído que o político é “muito mais inteligente do que querem admitir, porque repete suas falas constantemente e oferece uma marca ao público”. O resultado da análise chega às telas brasileiras em 17 de outubro.
Em sua preparação, Stan assistiu a múltiplos vídeos de Trump — cada um mais de uma vez — e os organizou em pastas na galeria do celular. A lista de referências era composta por 130 vídeos dedicados à fisicalidade e 562 agregados como ferramenta de ilustração das mudanças pelas quais o ex-presidente passou nos últimos 50 anos.
O esforço foi estimulado pelo diretor Ali Abassi, que surpreendia o ator com exigências de improviso. “Ele chegava durante as filmagens e pedia, ‘por que você não me conta sobre os impostos que não quer pagar?’, e aí eu tinha que saber as caridades que a família Trump frequentava em 1983. Toda noite, ia para casa pensando no estudo para o dia seguinte e para as ideias espontâneas do diretor”, explicou ao veículo. Assim, apesar de ser opositor político do candidato, o ator garante que a interpretação não é nem caricata, nem maniqueísta.
O longa parte do encontro entre Trump e o advogado Roy Cohn, mentor do empresário, que incentivou a postura implacável pela qual é conhecido. Um dos nomes mais impiedosos e nacionalistas da história da lei americana, ele é notoriamente responsável por levar o casal Julius e Ethel Rosenberg à cadeira elétrica em 1951, apoiando a acusação de espionagem soviética com discurso alarmista e até um testemunho falso. Na ficção, o guia é intepretado por Jeremy Strong, de Succession. A búlgara Maria Bakalova também integra o elenco em destaque como Ivana, primeira esposa de Trump.
Na mira de Trump
Polêmico, o filme foi alvo de uma ordem de cessar e desistir dos advogados do político e teve sua distribuição ameaçada, mas conseguiu os fundos necessários para se manter com uma campanha de financiamento coletivo. “Os obstáculos que enfrentamos para lançar este filme foram bem documentados. Nossa distribuição foi bloqueada, recebemos uma ordem de cessar e desistir dos advogados de Trump. As principais empresas de mídia têm medo de mostrar esse filme a vocês”, dizia o texto no site Kickstarter.
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