Além de brilhar nos gramados, Pelé, o Rei do Futebol, que morreu nesta quinta-feira, 29, também chamou a atenção no mundo das artes, especialmente na música e no cinema. Apesar de parecer inusitado, o jogador já contracenou com Sylvester Stallone e Michael Caine em 1982 no filme Fuga para a Vitória, marcando presença em Hollywood.
Dirigido por Josh Huston, o longa é ambientado durante a II Guerra Mundial e acompanha a história do jogador John Colby (Caine), que recebe uma inusitada proposta de guardas nazista do campo de concentração onde está: montar um time de futebol para enfrentar seus algozes nos gramados. Receoso em um primeiro momento, Colby topa o jogo pensando que, se vencer, poderá ajudar os colegas a conseguirem melhores condições. É então que a figura de Pelé entra. O Rei do Futebol dá vida a Luis, um jogador que ajuda Colby e Robert Hatch (Stallone) a vencer a partida de futebol contra o Terceiro Reich.
Além de participar da produção como ator, Pelé também ajudou nos bastidores montando todas as jogadas que aparecem no filme — o que incluiu o momento clássico onde o atleta faz um gol de bicicleta, sua marca registrada. A princípio o ponto da vitória iria ser protagonizado por Stallone. Há uma história de que o eterno Rocky Balboa ficou com medo de perder o protagonismo para Pelé, mas o fato de não jogar futebol muito bem aliado a seu personagem, que era um goleiro, fez com o brasileiro ficasse com o gol final no longa. A solução que os roteiristas encontraram foi colocar o americano para defender um pênalti decisivo.
Pelé recebeu bastante destaque nas telonas, principalmente no que diz respeito a relação de amizade entre seu personagem e o personagem de Stallone. A parceria entre os dois, inclusive, estava também atrás das câmeras. O Rei do Futebol discutia dribles e passes com o ator, que queria aprimorar sua atuação na história e entregar o melhor resultado possível. O empenho foi tanto que durante uma partida, Stallone quebrou um dedo quando tentou defender um chute de Pelé, o que fez com que as gravações tivessem que ser adiadas. Seja em campo ou nas telas, Edson Arantes do Nascimento fez história no Brasil e no mundo.