Clique e Assine VEJA por R$ 9,90/mês

Em Cartaz

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Do cinema ao streaming, um blog com estreias, notícias e dicas de filmes que valem o ingresso – e alertas sobre os que não valem nem uma pipoca
Continua após publicidade

Fetiche na tela: conheça a comédia que desmistifica o BDSM

Novo filme que conquistou a crítica no Festival de Cannes explora com acidez e ironia a vida dos praticantes do sadomasoquismo

Por Thiago Gelli Atualizado em 28 jun 2024, 14h14 - Publicado em 28 jun 2024, 06h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • “Dizer como se sente é a marca de uma boa submissa”, diz Allen (Scott Cohen) a Ann (Joanna Arnow), parceira com a qual mantém relações sadomasoquistas há quase uma década. Se fosse na vexatória saga Cinquenta Tons de Cinza, que tornou o fetiche popular no cinema, a conversa se daria em um quarto vermelho, numa cobertura de luxo, com os participantes seminus cercados por chicotes e apetrechos curiosos. Não é o que acontece na comédia de erros Aquela Sensação que o Tempo de Fazer Algo Passou (The Feeling that the Time for Doing Something Has Passed, Estados Unidos, 2023), em cartaz nos cinemas. Na cena, o casal discute a relação em cenário nada libidinoso: uma chamada de vídeo on-line, na qual a jovem protesta por atender aos desejos do amante já tarde da noite, mas não ser retribuída à altura.

    Publicidade

    Cinquenta tons de cinza – E. L. James

    Publicidade

    Irônico e criativo, o filme de título imenso conquistou a crítica no Festival de Cannes ao narrar as ambições românticas de uma mulher submissa. O roteiro e a direção são da própria protagonista: Joanna Arnow descreve a trama como autoficção, inspirada em suas experiências com a comunidade encapsulada pela sigla BDSM (bondage, disciplina, sadismo, masoquismo). Assim, ela almeja diminuir os mitos que cercam os envolvidos. “O sadomasoquismo é um tipo de faz de conta, como teatro musical ou RPG, e seus adeptos notam o humor das situações”, disse Joanna em entrevista a VEJA.

    A Vênus das Peles – Leopold von Sacher-Masoch

    Publicidade
    FANTASIA - 'Cinquenta Tons de Cinza': longa tornou o fetiche popular
    FANTASIA - ’Cinquenta Tons de Cinza’: longa tornou o fetiche popular (Universal Pictures/.)

    O que as mulheres querem – Maxine Mei-Fung Chung

    O efeito cômico surge dos planos longos, repetições embaraçosas e fantasias extravagantes vestidas por Ann, assim como da nudez nada erotizada que exibe por boa parte da duração. Para além das risadas, Joanna ecoa obras do mundo cult, como Secretária (2002) e O Duque de Burgundy (2014), que vieram antes de Cinquenta Tons de Cinza, e encontra no sadomasoquismo um espaço para discutir a sexualidade feminina, apoiada nos acordos e diálogos transparentes que sua prática saudável exige. Ela defende, ainda, que o sexo seja tão digno de representação transparente quanto qualquer outra parte da experiência humana — e assegura que “é mais feminista criar personagens falhas e complexas” do que mocinhas perfeitas. Doa a quem doer, nada passa incólume por sua câmera indiscreta.

    Publicidade

    Publicado em VEJA de 28 de junho de 2024, edição nº 2899

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 9,90/mês*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.