Em homenagem ao Dia do Cinema Brasileiro, celebrado em 19 de junho, a Netflix acrescentou 17 títulos do país em seu catálogo, produções que abrangem dos idos do Cinema Novo a lançamentos que há pouco ocupavam salas de exibição. Diversas entre si, as novidades são todas significativas — mas, dentre elas, algumas se destacam e valem encabeçar a maratona. Confira os cinco melhores pontos de partida:
Rio, 40 Graus (1955)
Raro exemplar preservado da produção nacional dos anos 1950, Rio, 40 Graus foi precursor do Cinema Novo, movimento que visava denunciar as instabilidades políticas e sociais do Brasil similarmente à Nouvelle Vague francesa. Dirigido por Nelson Pereira Santos, o filme mistura registros reais da capital fluminense com um roteiro ficcional e acompanha cinco garotos de uma favela carioca ao longo de um dia escaldante.
São Paulo S/A (1965)
A capital paulista, por sua vez, também tem seu clássico do cinema nacional. A partir do cenário urbano, o cineasta Luís Sérgio Person narra a jornada de Carlos (Walmor Chagas), cidadão de classe média que concretiza um plano de carreira comum: aceita um cargo em uma fábrica automobilística, torna-se gerente, cresce na vida e sustenta uma família inteira — mas não consegue deixar de lado uma angústia existencialista e o desejo de fugir.
Terra Estrangeira (1995)
Central do Brasil é um dos filmes adicionados ao catálogo da Netflix, mas vale conferir o longa de Walter Salles e Daniela Thomas que antecedeu o clássico mais conhecido. Em Terra Estrangeira, Paco (Fernando Alves Pinto) decide viajar a Portugal para velar a mãe recém falecida, natural de lá. O confisco promovido pelo governo Collor, porém, o deixa sem fundos e sem opção: se quer chegar no país, tem que levar um pacote misterioso a favor de um homem que oferece custear a viagem. Ao chegar à Europa, ele perde a encomenda e é perseguido junto da imigrante Alex (Fernanda Torres).
Jogo de Cena (2007)
Outro longa com Fernanda Torres em seu elenco, Jogo de Cena é uma excelente porta de entrada para a obra do documentarista Eduardo Coutinho, cujos filmes Santo Forte, As Canções e Últimas Conversas também chegaram ao streaming. Com grande elenco, esse projeto reveza relatos reais de mulheres brasileiras com reencenações feitas por atrizes — algumas instantaneamente reconhecíveis, outras não. O experimento turva a linha entre ficção e realidade repleto de personagens tocantes e inesquecíveis.
Sem Coração (2024)
Filme mais recente da seleção, Sem Coração estreou nos cinemas em abril e é um bom representante da produção nacional contemporânea, inserindo fantasia em cenários comuns do país. Situado nas praias do Alagoas, o longa retrata o último verão da adolescente Tamara (Maya de Vicq) em sua cidade natal, onde descobre a existência de uma misteriosa menina apelidada de “Sem Coração”. Instantaneamente atraída por ela, a protagonista então parte em uma jornada de autodescoberta e amadurecimento — que encantou a curadoria e o público do Festival de Veneza de 2023.
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