De ‘Curtindo a Vida Adoidado’ a ‘Succession’, a jornada de Alan Ruck
Ator fala a VEJA sobre carreira e a trajetória de Connor, o filho excluído da família Roy

Entre os quatro filhos de Logan Roy (Brian Cox), o primogênito, Connor (Alan Ruck), é de longe o mais deslocado. Fruto do primeiro casamento do patriarca da série Succession, Connor não teve nem a chance de desenvolver as ambições dos demais irmãos que disputam o controle da empresa multibilionária da família – na infância ele ficou afastado do pai e viu a mãe lidar com sérios problemas mentais. Na quarta e última temporada, em exibição aos domingos na HBO e na HBO Max, Connor vem ganhando espaço com um casamento à vista e seu estranho e inalcançável desejo de se tornar presidente dos Estados Unidos. A VEJA, o ator de 66 anos, que fez sucesso nos anos 80, no clássico Curtindo a Vida Adoidado, fala sobre a série e sua jornada até aqui.
Entre os irmãos da família Roy, Connor parece o exemplo de uma pessoa que se amparou só no fato da família ser riquíssima e acabou sem um propósito de vida. Como analisa essa particularidade do personagem? Por toda a vida dele, dinheiro nunca foi um problema. Logan se divorciou da mãe de Connor quando ele tinha uns 8 anos de idade. Connor ficou com a mãe que tinha problemas mentais e vivia entre instituições, lidando com abuso de substâncias. Então não foi uma infância feliz. Acho que desde muito cedo, Connor construiu um mundo de fantasia na mente, e o dinheiro era capaz de fazer aquele mundo realidade. Mas ele nunca conquistou nada. Nunca teve um emprego. Ele notou que ninguém precisa dele para nada.
Por isso ele decidiu entrar na política? Exato. A ideia de se tornar presidente é como um último recurso para ele tentar impressionar o pai.
Como está lidando com o fim dessa série que marcou sua carreira? Bem, é agridoce. Pois vou sentir falta de trabalhar com essa equipe. Jesse [Armstrong, criador da série] está certíssimo de encerrar a série agora no auge. Honestamente, acho que é nossa melhor temporada. Acho que os espectadores vão ficar satisfeitos com esse final.
Está satisfeito com o desfecho da trajetória do Connor? Sim, ele foi um cara divertido para se passar um tempo. Acho que acaba do jeito que deveria para todos eles.

Você ficou mundialmente famoso interpretando o amigo atrapalhado de Ferris Bueller (Matthew Broderick) em Curtindo a Vida Adoidado, de 1986. Como analisa sua trajetória de lá até aqui? Aquele filme foi numa época muito legal da minha vida. Eu tinha feito um espetáculo na Broadway com o Matthew Broderick e em seguida fizemos o filme juntos. Então já éramos amigos, não foi difícil criar aquele laço entre os personagens. Acho que sou tipo uma barata, sabe? Não é fácil se livrar de mim. Sou um sobrevivente de Hollywood.