Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Imagem Blog

Em Cartaz

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Do cinema ao streaming, um blog com estreias, notícias e dicas de filmes que valem o ingresso – e alertas sobre os que não valem nem uma pipoca
Continua após publicidade

Amor por ‘Titanic’, grana e improviso: por trás do submarino desaparecido

Embarcação da empresa OceanGate Expedictions é dirigida por um controle de videogame e não é aprovada por qualquer instituição regulatória

Por Thiago Gelli Atualizado em 15 Maio 2024, 23h44 - Publicado em 20 jun 2023, 12h32

Em 1995, quando se preparava para realizar Titanic, o cineasta James Cameron decidiu estudar o navio a fundo — a 3.800 quilômetros de profundidade, para ser exato. Utilizando tecnologia russa de ponta e engenhocas inéditas para filmar sob a pressão do mar, ele captou imagens ao longo de doze mergulhos que, juntos, totalizaram algo entre 10 e 15 horas, segundo ele. A intenção era poder dimensionar a escala da tragédia. Mas o efeito colateral da empreitada de Cameron (e de seu filme, claro) foi o surgimento de uma febre viva até hoje — mais recentemente demonstrada pelo caso do submersível Titan, desaparecido em alto-mar desde domingo, 18, com cinco tripulantes que esperavam conhecer de perto os destroços do navio que naufragou no Atlântico Norte em abril de 1912.

A expedição malfadada é iniciativa da empresa OceanGate Expedictions, que vende ingressos a 250.000 dólares para fãs do filme, aventureiros e ricaços. Segundo o CEO Stockton Rush — atualmente desaparecido junto com o Titan —, há quem hipoteque sua casa para ter a chance de ver o navio. Ao contrário dos seguros submarinos russos que Cameron tripulou, no entanto, o equipamento é uma nave improvisada que nem ao menos pode ser chamada de “submarino”. O termo correto é submersível, devido à dependência de uma plataforma de apoio para entrar e sair da água. Para ser um dos tripulantes a bordo do espaço apertado, é necessário assinar um contrato que avisa: “Este é um submersível experimental que não foi aprovado ou certificado por qualquer instituição regulatória e pode resultar em ferimentos, deficiências, trauma emocional ou morte”.

Em dezembro, o repórter David Pogue, da CBS, assinou o termo e passou por todo o processo vendido pela empresa a fim de produzir uma reportagem televisiva de 10 minutos. Em sua apuração — que acumulou mais de 8 milhões de visualizações no Twitter entre 19 e 20 de junho —, ele nota os elementos improvisados na embarcação: luzes compradas em loja de departamento, um botão de elevador, um “banheiro” composto por uma garrafa de plástico apenas e, talvez o mais alarmante, um controle de videogame usado como volante. Questionado sobre as falhas estruturais, Rush afirmou que a expedição “não deve exigir muita habilidade” e garantiu a segurança: “A cabine de pressão foi feita com a ajuda da Boeing e da NASA, então tudo, o motor e as luzes podem falhar, mas você ainda estará seguro”.

Continua após a publicidade

Na ocasião, porém, Pogue não conseguiu completar a viagem, que foi cancelada devido a ondas altas demais. Depois, quando a equipe tentou navegar o submersível em área mais calma do oceano, um erro técnico impediu que chegassem a mais de 37 metros de profundidade. Uma das clientes, a bancária Renata Rojas, chorou em frente ao repórter enquanto relatava sua frustração: após três tentativas de realizar a viagem, ela ainda não havia conseguido chegar ao Titanic, seu sonho de vida. Ao fim da reportagem, porém, o êxito chegou e ambos visitaram o famoso navio, visível por uma pequena janela e telas de computador dentro do submersível.

Atualmente, o Titan está perdido em alto-mar e é alvo de busca frenética — o estoque de oxigênio da nave é de 96 horas, ou quatro dias. Estão desaparecidos Rush, o bilionário britânico Hamish Harding, o marinheiro francês Paul-Henri Nargeolet e os paquistaneses Shahzada Dawood e seu filho Suleman, parte de uma das famílias mais abastadas do país. A única saída do veículo é uma porta selada por 17 parafusos e a embarcação não possui rastreadores.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.