A homenagem ao cinema brasileiro que Netflix planeja para junho
Plataforma de streaming dedicará parte de seu catálogo a documentários e narrativas nacionais produzidas entre os anos 1950 e 2024
Para o mês de junho, a Netflix planeja engrossar seu catálogo referente ao cinema nacional, com a adição de 17 títulos brasileiros. Intitulada Simplesmente Cinema Brasileiro, a iniciativa diversifica o acervo da empresa — mais conhecida por apresentar lançamentos exclusivos e filmes frescos na memória do público — e traz para o público clássicos dos anos 1950, narrativas autorais pensadas por mestres como Walter Salles e produções contemporâneas independentes a partir do dia 19.
Túnel do Tempo
A plataforma disponibilizará clássicos mais que quinquagenários do cinema nacional — dentre eles, São Paulo Sociedade Anônima (1965), de Luís Sérgio Person, drama industrial considerado um dos 100 melhores filmes do país pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Outros destaques enraizados no cânone da sétima arte brasileira são Vidas Secas (1963), de Nelson Pereira dos Santos, e os mais recentes A Ostra e o Vento (1997), de Walter Lima Jr., Terra Estrangeira (1995), de Salles e Daniela Thomas, e Central do Brasil (1998), que deu a Fernanda Montenegro sua única indicação ao Oscar.
É tudo verdade
Mais volumosos que os filmes de ficção adicionados são os documentários. A mostra da plataforma aproveita a ocasião para fazer retrospectiva da carreira de Eduardo Coutinho, mais célebre documentarista do país, e traz ao catálogo os filmes Santo Forte (1999), Jogo de Cena (2007), As Canções (2011) e Últimas Conversas (2015), lançado postumamente. Além de Coutinho, outras obras conceituadas da não ficção integram a novidade: Rio, 40 Graus (1955), Entreatos (2004), Uma Noite em 67 (2010), A Luz do Tom (2013) e No Intenso Agora (2017).
Novos horizontes
Os filmes que completam a lista são títulos mais recentes da dramaturgia nacional, com destaque para Mutum (2007) e Pacarrete (2019), comovente retrato de um senhora que, na terceira idade, enfim almeja viver de arte e dança na cidade natal que havia abandonado. Protagonizado por Marcélia Cartaxo, a Macabéa de A Hora da Estrela (1985), o filme percorreu festivais pelo mundo e conquistou oito categorias da premiação do Festival de Gramado. O mais novo dos longas adicionados, por sua vez, é Sem Coração, recém-exibido nos cinemas do país. Selecionado pelo Festival de Veneza de 2023, o drama se passe durante o verão de 1996 em Alagoas e mistura o amadurecimento de uma jovem com a paixão que desenvolve por uma misteriosa conterrânea apelidada de “Sem Coração”.
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