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Educação em evidência

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O que as evidências mostram sobre o que funciona de fato na área de Educação? O autor conta com a participação dos leitores para enriquecer esse debate.
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Quinze anos da Prova Brasil

Numa série de posts que começa hoje, vamos levantar questões oportunas e interessantes para fomentar um debate qualificado sobre a educação brasileira

Por João Batista Oliveira Atualizado em 21 set 2020, 13h35 - Publicado em 21 set 2020, 13h22
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  • A Consultoria IDados acaba de publicar um alentado relatório com dados e análises sobre os 15 anos da Prova Brasil. Como mencionado na introdução, o objetivo do relatório é contribuir para qualificar o debate público sobre a educação.

    Nos próximos posts, vou aprofundar alguns dos temas e levantar algumas questões que me parecem oportunas e interessantes para um debate qualificado. A escolha dos temas reflete a minha leitura do que há de mais interessante e oportuno no relatório. Os temas são meus – o relatório se limita a apresentar os dados.

    São eles:

    1. Qualidade: o aumento da qualidade perde fôlego nas séries iniciais e continua limitado nas séries finais. Não há explicações plausíveis para o aumento das notas no ensino médio – são necessárias análises mais robustas ou aguardar a próxima rodada para saber se é uma tendência ou não passa de um episódio.
    2.  Reeleição de prefeitos não está associada com melhor desempenho.
    3.  Coruripe assume a liderança e é surpresa para muitos, mas tem fortes semelhanças com o que ocorre em Sobral e Teresina – as referências mais consistentes que merecem ser conhecidas.
    4. Ficar no lugar pode representar um grande avanço – é o caso de Boa Vista com o influxo de imigrantes venezuelanos é um bom exemplo.
    5. A mediocridade impressiona mais do que a desigualdade. A desigualdade é estrutural, enquanto a mediocridade deriva da falta de iniciativas adequadas. As que existem com solidez e resultados são poucas.
    6. A maioria dos estados que fez grandes avanços ainda não chegou na média. Apenas o Ceará conseguiu ultrapassar a fronteira da mediocridade.
    7. Devagar não se vai ao longe: as poucas redes de ensino que melhoram de maneira significativa e alcançam níveis elevados de desempenho o fazem de maneira consistente e em prazos relativamente curtos.
    8. Redes estaduais não são melhores do que redes municipais e grau de municipalização não afeta resultados.
    9. A troca de cadeiras entre os vinte melhores colocados nos municípios sugere a inexistência de políticas consistentes capitaneadas pelos estados.
    10. E também sugere a falta de políticas consistentes nos municípios.
    11. É possível melhorar o ensino nas séries iniciais sem que isso afete as séries finais e vice-versa. O que importa é o foco, pontaria e robustez das intervenções.
    12. O IDEB é uma medida equivocada e que envia mensagens equivocadas. Concentrar a análise e o foco nos resultados da Prova Brasil pode ser mais proveitoso, embora os 15 anos desta prova não tenham servido para provocar iniciativas mais robustas.
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