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Educação em evidência

Por João Batista Oliveira Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
O que as evidências mostram sobre o que funciona de fato na área de Educação? O autor conta com a participação dos leitores para enriquecer esse debate.

Quem quer ser professor no Brasil?

O magistério não atrai os melhores alunos do ensino médio, seja para atuar na educação infantil e no ensino fundamental, seja para lecionar no ensino médio.

Por João Batista Oliveira Atualizado em 12 nov 2017, 22h23 - Publicado em 12 nov 2017, 22h17

Pelo critério de oferta e demanda, o magistério é uma profissão bastante atraente. Os cursos de Pedagogia e Licenciatura matriculam 19% do total de universitários. De todas as profissões, é a que ocupa o 8º lugar, com cerca de 3,5 milhões de pessoas, a maioria das quais trabalhando em escolas públicas. O salário médio por hora trabalhada equivale a 70% do salário médio de outros profissionais de nível superior.

Na rede pública municipal do Rio de Janeiro, o salário inicial de um professor é de R$ 5.617,04 por 40 horas de trabalho contratado em sala de aula. Já o salário médio de outros profissionais com ensino superior é de R$ 3.994,40. A aposentadoria – até o momento – requer menos anos de trabalho. A taxa de desistência de professores é extremamente baixa, devido, talvez, à estabilidade.

Recentes levantamentos do IDados lançam uma luz adicional à questão. Os cursos de Pedagogia efetivamente atraem muitos candidatos, mas o perfil de alunos atraídos (em sua maioria mulheres, egressos do ensino médio público, mães com baixa escolaridade e renda familiar de até dois salários mínimos) é, em geral, dos que tiram as piores notas no ENEM.

Alguns dados: 83% dos alunos de cursos de pedagogia provêm de famílias com renda de até três salários mínimos (contra 38% nos cursos de engenharia); 59% têm mães que estudaram até a 4ª série (contra 17% nas engenharias); 93% são mulheres; 60% estudam em faculdades privadas; e pouco mais da metade estudam em curso à distância.

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No caso das licenciaturas, ou seja, de professores que se preparam para lecionar a partir do quinto ano, o quadro é ligeiramente diferente, mas não muito. O perfil também é de alunas (58% são mulheres), egressas de escolas públicas (83%), negras (53%), que provêm de famílias com até 3 salários-mínimos (77%) e que têm mães que estudaram até a quarta série (42%).

Os dados sugerem que a carreira de magistério não atrai os melhores alunos do ensino médio, seja para atuar na educação infantil e no ensino fundamental, seja para lecionar no ensino médio. As razões para isso são várias, mas a questão do salário e as condições de carreira e trabalho não são as únicas variáveis.

As discussões sobre magistério no Brasil se concentram na denúncia de baixos salários e condições de trabalho desfavoráveis, e na crença de que tudo se resolve com currículos e estratégias pedagógicas. A novidade agora é a “residência pedagógica”.

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A evidência internacional aponta para caminhos diferentes: primeiro, é preciso atrair pessoas qualificadas. Segundo, o currículo da formação universitária é menos relevante do que o fato de o professor dominar a fundo os conteúdos do que vai lecionar. Ou seja, não importa muito o curso ou as matérias que o aluno fez – o importante é o conhecimento profundo do que se vai lecionar. Terceiro, o processo de indução deve ser conduzido por profissionais experientes e em ambientes escolares que funcionam. E o nível de perda nesse estágio probatório é elevado – não é fácil ser professor.

No Brasil, o foco da discussão ignora as evidências e, assim, permanece equivocado.

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