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Por João Batista Oliveira
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Nobel da Economia e a formação de elites

O desenvolvimento de alunos de alto talento constitui investimento em capital humano de alta rentabilidade. Mas como identificar esses talentos?

Por João Batista Oliveira 13 out 2021, 11h30

E o Nobel de Economia vai para… David Card, Joshua Angrist e Guido Imbens!

Neste post, destaco um dos trabalhos relativamente recentes (2018) de David Card, escrito em colaboração com Laura Giuliano. O trabalho se refere à análise de estratégias para identificar alunos de alto talento dentre as minorias – tipicamente os alunos talentosos provenientes de grupos sociais e econômicos menos favorecidos.

Cabe indagar: por que um Prêmio Nobel se preocupa com esse tema? A resposta é simples e conhecida: o desenvolvimento das pessoas de alto talento cognitivo constitui investimento em capital humano de alta rentabilidade. A qualidade das elites – dos 3 ou 5% melhores de um país – está associada a uma série de benefícios econômicos como taxa e ritmo de crescimento.

Desde a Antiguidade, vários povos, nações e países usam estratégias diferentes para cuidar – ou exterminar – suas elites. O sistema educacional é um desses mecanismos. Os resultados dos testes do Pisa nos permitem entender e comparar o desempenho das elites dos diversos países. O desempenho das elites brasileiras no Pisa é tragicamente medíocre – a nota de nossos alunos de elite se compara com a nota média dos alunos de países-membros da OCDE. Em alguns países da Ásia, o desempenho dos melhores está um desvio-padrão acima dos melhores alunos brasileiros – uma distância como daqui a Marte.

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É fato que temos imensos problemas na base, imensas desigualdades. Uma das mais cruéis são as limitadas oportunidades existentes para identificar precocemente e apoiar alunos de alto talento. Quando observamos os resultados do ENEM, por exemplo, podemos verificar que apenas 13% dos 10% melhores alunos provêm de famílias de níveis nível socioeconômicos mais baixos. Cotas de acesso atenuam o acesso dos mais carentes à Universidade, mas fica para trás uma legião de talentos potenciais.

O Brasil possui vários projetos e instituições devotados a essa causa. O prêmio dado a Card deve nos encorajar a ir além e fazer muito mais. A identificação universal dos alunos – objeto do estudo de Card – só faz sentido se ela for seguida de estratégias adequadas de identificação e atendimento desde muito cedo. Diversos municípios brasileiros teriam plenas condições de avançar nessa direção. Os instrumentos para tanto estão disponíveis. Estamos mobilizando pessoas e grupos interessados em avançar no tema. Vamos trazê-lo para a pauta de prioridades do país?

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