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‘Padre Stu’: A história real do boxeador que virou sacerdote

Protagonizado por Mark Wahlberg, 'Luta pela Fé - A História do Padre Stu' mostra um homem que viu na religião o conforto para as tragédias da vida

Por Marcelo Canquerino Atualizado em 17 jun 2022, 09h31 - Publicado em 17 jun 2022, 09h30
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  • Já fazia seis anos que Mark Wahlberg queria contar, em um filme biográfico, a trajetória de Stuart Long — um homem que foi de pugilista a padre. O ator e produtor, católico devoto, se identificou com a jornada do clérigo, resultando no filme Luta pela Fé – A História do Padre Stu, em cartaz nos cinemas. Protagonizado pelo próprio Wahlberg, a produção reforça o filão dos dramas de tragédia e superação, e mostra, com certa liberdade, como Stu viu seu sonho de ser boxeador ser interrompido por um acidente e como isso o aproximou da religião. 

    Desde o ensino médio, Stuart Long gostava de praticar esportes. A aptidão o levou ao time de futebol e, depois, ao de luta livre. Durante a faculdade de Letras, ele se tornou um grande boxeador, porém o sonho de se profissionalizar foi interrompido quando teve a mandíbula quebrada em uma luta e precisou de cirurgia reconstrutiva. 

    Em 1987, com outra ideia na cabeça, Stu se mudou para Los Angeles para tentar a carreira de ator. O jovem até conseguiu pequenos papéis em publicidade e como figurante de filmes, mas viu que não tinha futuro e abandonou a profissão. Foi então que outra tragédia se abateu sobre sua vida. Alguns anos mais tarde, trabalhando no Norton Simon Museum, em Pasadena, ele sofreu um grave acidente de moto que quase o matou. Convencido de que havia sido poupado da morte por algum motivo e questionando os propósitos da vida, Stu se conectou com Deus e começou a frequentar a Igreja católica. Com o intuito de ajudar outras pessoas, ele encontra sua vocação religiosa e decide virar padre. 

    O acidente responsável por fundamentar a ligação do protagonista com a religião está presente na cinebiografia, mas diferente da realidade. No longa, o primeiro motivo que o leva a se interessar pela igreja é uma mulher chamada Carmen, interpretada por Teresa Ruiz. A moça foi inspirada em uma namorada real de Stu, mas não foi ela a razão que o fez querer se batizar e se tornar católico. Na vida real, foi durante o batizado que ele sentiu o chamado ao sacerdócio — e levou dez anos para conseguir o posto de padre. 

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    Outro obstáculo que surgiu na vida do padre Stu foi uma doença chamada miosite por corpos de inclusão (MCI). Essa condição rara, sem cura, causa inflamação do tecido muscular, fraqueza e atrofia. Mesmo com a progressão dos sintomas, ele não se deixou abater e viu a doença como algo positivo — chegou a dizer, aliás, que foi a melhor coisa que lhe aconteceu porque trouxe diversos ensinamentos. A Diocese da paróquia em que ele estava inserido na época demonstrou preocupação com o medo de que Stu não conseguisse desemprenhar mais suas funções como padre.

    Durante este período em que lutou contra a doença, ele se reaproximou dos pais, pessoas mais céticas. Bill, o pai, interpretado por Mel Gibson, ajudou incansavelmente o filho a continuar atuante na religião, tanto na casa de repouso, onde passou seus últimos dias, quanto nas paróquias em Helena. Padre Stu morreu em decorrência de complicações da doença em 9 de junho de 2014, aos 50 anos de idade.

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