A carne de baleia foi muito popular no Japão depois da II Guerra por causa da escassez de comida. Era servida na forma de sashimis, hambúrgueres e almôndegas. Mas o consumo tem caído nas últimas três décadas. Hoje, a maioria é contra a caçada a esse animal e não percebe diferenças entre sua carne e a dos peixes. Vejamos:
– Só 4% dos japoneses diz comer carne de baleia de vez em quando;
– Em média, cada um ingere 23,7 gramas por ano. É o equivalente a uma fatia de presunto;
– Cerca de 75% do que é tirado por ano dos oceanos não encontra compradores e vai para o freezer.
A insistência do governo japonês em promover a pesca de baleias se deve principalmente ao lobby da indústria baleeira no Congresso. Os parlamentares têm garantido a aprovação dos subsídios estatais que o setor precisa para sobreviver. Em troca, recebem empregos bem remunerados em agências e empresas quando se aposentam. A prática é conhecida como amakudari, ou “caído do céu”, porque os ex-deputados ganham cargos nas empresas como se tivessem caído de paraquedas.
Com dinheiro do Estado e a cumplicidade do legislativo, a agência que pesca baleias ICR (Instituto para Pesquisa de Cetáceos, em inglês) tem feito programas para reintroduzir a carne nas merendas escolares. Ao conquistar o paladar infantil, o ICR pretende ampliar o mercado de consumidores no futuro. Também são promovidos cursos para ensinar a cozinhar a iguaria.
Outra explicação por trás da posição governamental é o acesso a águas internacionais. “Os japoneses não querem que a proibição da pesca da baleia abra um precedente que depois limite a pesca dos peixes”, diz Milton Marcondes, diretor de pesquisas do Instituo Baleia Jubarte.
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