A indicação de Abraham Weintraub para uma diretoria-executiva do Banco Mundial toma um rumo em vários aspectos semelhantes à trajetória da fracassada nomeação de Eduardo Bolsonaro para embaixador do Brasil nos Estados Unidos.
De início, apesar de todas as críticas, baseadas na evidente falta de qualificação do deputado para o posto mais importante da diplomacia no exterior, vigorava no Itamaraty a convicção de que o plano seria bem sucedido.
Até diplomatas muito experientes e respeitados, alguns ex-embaixadores em Washington, outros ex-chanceleres, todos contrários à indicação, interpretavam que Eduardo Bolsonaro acabaria mesmo sendo o chefe da representação brasileira nos EUA. Não foi, em decorrência do volume da polêmica e da insensatez da ideia.
ASSINE VEJA
Clique e AssineAgora também, apesar de todos os senões prevalece a avaliação de que Weintraub acabará sendo aceito como diretor do Bird. Só que ele, como Eduardo, não reúne qualificação necessária, a começar por ser avesso a organismos multilaterais. A indicação do ex-ministro, assim como ocorreu com o filho do presidente, sofre pesada pressão contrária.
Em decorrência dos processos dos quais é alvo no Brasil, entre o quais um por racismo e ainda atrai suspeições de fraude na até agora mal explicada saída do país e entrada nos Estados Unidos. Sem contar as contestações à legalidade da permanência dele em terra norte-americana.
A favor dele pesa a tradição de nunca um diretor do Bird ter sido recusado. Até aí, tampouco havia registro na história de desistência de nomeação para embaixador do Brasil em Washington por reações à evidente inépcia do indicado.
Outro traço de semelhança: se aprovado, Weintraub representará mais um ponto negativo para o Brasil na escala de ladeira abaixo em que o presidente Bolsonaro pôs o país diante do mundo.