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Cristovam Buarque
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O novo ensino conclusivo

É ilusória a promessa de universidade para todos

Por Cristovam Buarque Atualizado em 8 Maio 2024, 17h07 - Publicado em 5 jan 2024, 06h00
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  • A reforma do ensino médio é para fazê-lo etapa conclusiva da educação de base com máxima qualidade para todos. Há décadas se debate a reforma sem ênfase em “qual seu propósito”, “para quem deve ser oferecido”, “qual a estratégia para implantá-la” e “que nome” dar para essa etapa da formação. Por isto, aceita-se o adjetivo de “médio” ao considerá-lo apenas ponte para poucos ingressarem em ensino superior que será concluído por alguns raros dos quais com empregabilidade. Essa concepção tem relegado o direito de todos à escola com a necessária qualidade para cada brasileiro dispor do mapa para a busca de sua felicidade pessoal e das ferramentas para participar da construção de seu país eficiente, justo e democrático. Em vez do compromisso de “educação para todos com a máxima qualidade”, adota-se a ilusória promessa de “universidade para todos”, independente da qualidade.

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    A reforma do ensino médio para “ensino conclusivo” da educação de base deve ter o propósito de servir para que todos os brasileiros, aos 18 anos, estejam plenamente formados para a contemporaneidade. Para tanto, deve assegurar com equidade a formação de todos para falar e escrever bem o idioma português; ser fluente em pelo menos mais um dos idiomas usados internacionalmente; conhecer os fundamentos da matemática, ciências, geografia, história, artes; debater com competência os temas de filosofia, política, antropologia e sociologia relacionados ao mundo moderno; saber usar as ferramentas digitais; dispor de pelo menos um ofício que permita emprego e renda; adquirir solidariedade com os vizinhos, com a humanidade e com a natureza; ser capaz de obter educação continuada até o final da vida; e, se desejar, poder disputar por vocação, não por necessidade de status do diploma nem de conhecimento para sobreviver, uma vaga em curso superior nas melhores universidades.

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    “Nenhum jovem deve ser deixado para trás. Todos aptos ao sucesso pessoal e a contribuir com o país”

    Para oferecer essa necessária formação a todos, além de medidas sociais de incentivo à permanência na escola, o ensino conclusivo deve transmitir sentimento de que o aprendizado será útil e benéfico ao longo da vida, por oferecer formação profissional, deixando cada um apto a exercer função e obter renda satisfatória; deve ser atraente ao utilizar edificações confortáveis e bonitas, com professores preparados e dedicados, usar técnicas pedagógicas e curricular com itinerários ao gosto dos jovens. Esse propósito formativo vai exigir horário integral, incluindo esporte, cultura e profissionalização; ensino de temas como tecnologia da informação, empreendedorismo, compromisso social, gastronomia, primeiros socorros, oratória, geopolítica, ecologia, com participação em olimpíadas esportivas e cognitivas, em quatro anos de duração, com um ano a menos na etapa fundamental.

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    Nenhum jovem deve ser deixado para trás. Todos aptos ao sucesso pessoal e a contribuir com o país; e, para aquele que desejar, a mesma chance de êxito na disputa por vaga para ingresso e conclusão de curso em boa universidade. Por ser difícil a execução dessa ambiciosa reforma simultaneamente em todo o país, o “novo ensino conclusivo” deve ser implantado por cidades, em uma estratégia de alguns anos, sob a responsabilidade direta do governo federal.

    Publicado em VEJA de 5 de janeiro de 2024, edição nº 2874

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