Diante das especulações sobre a reforma ministerial esperada para agosto, aliados próximos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva passaram a defender internamente uma espécie de blindagem do vice Geraldo Alckmin. A tese de que a pasta comandada por Alckmin poderia ser entregue ao Centrão azedou o clima dentro da base atual de Lula, no que interlocutores do presidente descrevem como um “constrangimento desnecessário”.
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Nesta segunda-feira, em entrevista ao jornal O Globo, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, comentou publicamente as especulações sobre a possibilidade de Alckmin ser substituído no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, para dar lugar a legendas como PP e Republicanos. A fala gerou desconforto no time próximo de Lula, sob o argumento de que Siqueira tenta dar materialidade a algo que não passa de especulação.
“Temos pessoas de grandes qualidades e experiência servindo ao governo e ao Brasil. Se o presidente desejar dispensar uma delas para ceder espaço para aqueles que apoiaram Bolsonaro no primeiro e segundo turnos, quem perderá será o nosso país. Isso é decisão do presidente Lula e não quero crer que ele deseja piorar a política brasileira”, disse Siqueira ao Globo.
No círculo próximo de Alckmin, a tese é que a preocupação do PSB tem pouco a ver com o destino do vice-presidente. O incômodo maior do partido, avalia um interlocutor, seria com o destino do Ministério dos Portos, hoje comandado por Márcio França. A pasta controla um orçamento robusto e está entre os alvos da cobiça do Centrão.
Interlocutores de Lula ouvidos pela coluna defenderam que o presidente banque publicamente a permanência de Alckmin no ministério assim que retornar de sua viagem à Europa. Para um desses aliados, mexer com as credenciais do vice-presidente com apenas seis meses de governo só traria desgaste. “Para tirar Alckmin do Desenvolvimento, só mesmo se o presidente der a ele algo muito melhor”, defende o aliado.
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