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Lula, Gleisi e a fritura de Fernando Haddad

Como o jogo político por trás da polêmica desoneração dos combustíveis compromete a imagem e a credibilidade do ministro da Fazenda

Por Clarissa Oliveira 27 fev 2023, 11h24
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  • O candidato a vice-presidente da República, Fernando Haddad (esq) e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, visitam o ex-presidente Lula na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR) - 03/09/2018
    O candidato a vice-presidente da República, Fernando Haddad (esq) e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, visitam o ex-presidente Lula na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR) - 03/09/2018 (Heuler Andrey/AFP)

    O fim de semana foi de saia-justa para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Defensor da tese de que o governo precisa estancar a renúncia fiscal que tem feito ao segurar o preço dos combustíveis, o ministro ainda nem havia retornado da viagem à Índia, para a reunião do G20, quando veio a público um tuíte da presidente do PT, Gleisi Hoffmann. A mensagem atacava duramente a ideia de acabar com a desoneração nas bombas, sob o argumento de que antes seria preciso rever a política de preços da Petrobras.

    +Leia também: Em semana de decisão sobre combustíveis, sobe projeção de inflação

    A decisão sobre esse assunto tem que sair hoje. E todo mundo sabe que, dentro do governo, Haddad e sua equipe são os que defendem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pare de segurar artificialmente o preço nas bombas. A prioridade, dizem, tem que ser resolver a questão fiscal. Sim, haveria uma pressão inflacionária imediata, mas isso significaria também uma economia de dezenas bilhões de reais no longo prazo. Mas o custo político é alto. E o impacto em popularidade também.

    Existem, neste momento, duas versões correndo nos bastidores a respeito do embate entre Gleisi e Haddad e, principalmente, da forma como Lula deixa seu ministro da Fazenda sob tamanho constrangimento. A primeira, é que Lula dá corda à presidente do PT e, em certa dose, concorda com ela. Gleisi, por essa versão, teria se transformado em uma das principais conselheiras do presidente na área política. E, pelas mãos da dirigente, teria se iniciado um processo de fritura do ministro da Fazenda, reflexo da disputa interna no PT e da briga por mais poder no governo.

    A segunda tese é que Lula está fazendo exatamente o que pretendia fazer quando escolheu Haddad para comandar o Ministério da Fazenda. Na época da campanha, aliados de primeira hora do então candidato diziam que o motivo de ele indicar um político para a pasta era um só: ele próprio seria o ministro da Fazenda. Quem assumisse a função seria, portanto, um mero executor.

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    Ainda de acordo com esta segunda teoria, o tuíte de Gleisi seria mais um exemplo do jogo de tira bom/tira mau liderado por Lula. O presidente avaliza as declarações agressivas da presidente do PT e alimenta de maneira calculada o confronto com o ministro da Fazenda. Em caso de manutenção da desoneração, Lula poderia, então, jogar a culpa no partido. Se optar por acabar com o subsídio, vende-se a história toda como uma grande vitória do ministro da Fazenda.

    Seja como for, Lula faz um jogo perigoso. Até porque qualquer um desses caminhos compromete a imagem e a credibilidade de seu ministro mais importante. Ou Haddad é um ministro alvejado publicamente por seus próprios colegas de partido ou é uma espécie de rainha da Inglaterra. Nada disso reforça a necessária credibilidade de um ministro da Fazenda que tem pela frente a missão de estancar a pressão inflacionária, equilibrar as contas públicas e aprovar reformas difíceis em prazos curtíssimos.

    +Leia também: Lula discute com Haddad e Petrobras imbróglio sobre tributação dos combustíveis

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