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Clarissa Oliveira

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Como o jogo de suspense de Eduardo Leite afeta Doria, Lula e Bolsonaro

Governador gaúcho colhe os frutos da rede de especulações que se formou em torno de sua possível candidatura à Presidência

Por Clarissa Oliveira 25 mar 2022, 13h05

Nas últimas semanas, não foram poucas as ocasiões em que aliados de Eduardo Leite soltaram nos bastidores alertas sobre a aproximação do dia D, em que o tucano anunciaria seu destino na corrida eleitoral deste ano. Primeiro, disseram que seria no retorno da viagem que fez recentemente aos Estados Unidos. Mais recentemente, veio a informação de que tudo se decidiria nesta semana.

+Leia também: Nova pesquisa traz tudo o que Bolsonaro mais sonhava

No PSDB, os mais próximos do governador gaúcho dizem que sua permanência no partido já está acertada, depois da carta aberta que lhe foi enviada por líderes tucanos. A aposta ali é que ele tentará sair candidato à Presidência pelo próprio PSDB, na esperança de uma desistência de João Doria. Isso tudo levado pela mão por ninguém menos que Aécio Neves.

Leite segue em silêncio. Mas nem por isso estancou a esperança de aliados que preferiam vê-lo no PSD de Gilberto Kassab, autor do convite para que ele deixe o PSDB e se lance candidato ao Planalto pela legenda.

Na manhã desta sexta-feira, um interlocutor do gaúcho disse à coluna que nada é certo e que ainda há esperança de que ele migre para o PSD. O aliado disse que Leite irá à Argentina em viagem oficial. Depois disso, sabe-se que ele deve mesmo deixar o governo gaúcho no limite do prazo estabelecido pela lei eleitoral, em 2 de abril. Até porque precisa disso para se candidatar a qualquer coisa por qualquer partido. Mas esse jogo de suspense vem lhe rendendo bons frutos.

Enquanto a saída para o PSD continua sendo uma possibilidade, Eduardo Leite segue aparecendo nas pesquisas de intenção de voto. O que, por si só, faz muito pouco sentido se o seu partido já tem um pré-candidato oficial à Presidência. Seus aliados comemoram. Dizem que isso tudo só aumenta sua vitrine caso a candidatura vingue. Se não vingar, ele ganha mesmo assim. Porque fica no centro do noticiário.

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Dentro da campanha de João Doria, o clima é de irritação. Em conversa com a coluna, um tucano próximo do governador se queixou do comportamento de Eduardo Leite e reforçou a tese de que ele comporta como “mau perdedor”. Foi legitimamente derrotado, mas não aceitou o resultado, afirma a fonte. Há a preocupação com o risco de a permanência de Leite reacender o clima de guerra das prévias tucanas, num momento em que Doria terá de se concentrar na busca por votos. Se Leite ficar no PSDB, aponta o aliado, o jogo não vai ser fácil.

+Veja também: As contradições e incertezas por trás da aliança Lula-Alckmin

O assunto também ganha espaço nas rodas petistas, uma vez que o ex-presidente Lula ainda tem esperança de amarrar o PSD no primeiro turno. Kassab já fez inúmeros acenos mostrando que caminhará com Lula no segundo turno, mas manteve-se firme até agora no discurso da candidatura própria.

Petistas avaliam que, se a tentativa de lançar Leite fracassar, abre-se a janela para que Kassab convença os quadros mais à esquerda do PSD a embarcarem na campanha de Lula. A escolha de Geraldo Alckmin como vice teria um papel fundamental nesse plano. É na imagem do ex-governador e ex-tucano que está o maior argumento em favor da formação de uma frente ampla, puxada para o centro, que abrace a candidatura de Lula.

Um agrupamento dessas forças políticas vai contra tudo o que deseja a campanha do presidente Jair Bolsonaro. Embora insistam que Bolsonaro tem um eleitorado fiel e segue se recuperando nas pesquisas de intenção de voto, aliados do presidente reconhecem que a ampliação do leque de alianças em torno de Lula pode deixar a tal polarização da corrida presidencial menos equilibrada.

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