As cidades da América Latina são as mais perigosas entre todas as cidades do mundo. É o que diz um relatório da fundação City Mayors, centro de estudos dedicado a temas urbanos, que concluiu que 47 das 50 localidades mais violentas do planeta ficam no continente. As exceções são Cidade do Cabo, na África do Sul, além de Detroit e Nova Orleans, ambas nos Estados Unidos. O critério para a elaboração da lista foi o número de homicídios registrados por ano em cada grupo de 100 mil habitantes.
No ranking geral, pela terceira vez consecutiva, a campeã foi San Pedro Sula, cidade com 720 mil moradores no norte de Honduras. Por lá, são registrados 187 assassinatos a cada grupo de 100 mil pessoas, taxa que segue crescendo. A presença do tráfico internacional e as disputas entre gangues locais são as principais causas das mortes. Um vídeo do portal Veja.com publicado em setembro traz o depoimento da jovem hondurenha Danya Gutierrez, moradora de San Pedro Sula que sonha em fugir para os Estados Unidos para escapar da violência. Em 2012, um incêndio em um presídio superlotado da cidade causou a morte de mais de 300 pessoas, episódio considerado uma das maiores tragédias carcerárias da América Latina.
Caracas, na Venezuela, ocupa o segundo lugar da lista. A capital venezuelana tem quase 3 milhões de habitantes e registra 134 homicídios em cada grupo de 100 mil. O terceiro lugar é da turística Acapulco, cidade portuária mexicana com quase 700 mil moradores e taxa de 113 mortos por 100 mil. Quase um terço das 50 cidades do ranking fica no Brasil, o país de maior presença na lista do City Mayors, que pode ser lida na íntegra aqui.
Os países com mais cidades violentas
(apenas dois não são latinos*)
1º) Brasil
16 cidades
2º) México
9 cidades
3º) Colômbia
6 cidades
4º) Venezuela
5 cidades
5º) Estados Unidos*
4 cidades
6º) África do Sul*
3 cidades
7º) Honduras
2 cidades
8º) Guatemala, El Salvador, Jamaica, Haiti e Porto Rico
1 cidade cada um
O documento destaca que “moradores de cidades do Brasil, México e Colômbia correm mais risco de serem atingidos nas batalhas entre gangues rivais”. Entre as cidades brasileiras, a mais violenta é Maceió, com taxa de 80 em cada 100 mil. Depois dela vêm Fortaleza, com 73, e João Pessoa, com 67. No patamar de 57 a 58 por 100 mil, aparecem Natal, Salvador, Grande Vitória e São Luís, nesta ordem.
Capina Grande, na Paraíba, é a única não capital a figurar entre as mais violentas do Brasil. Com 500 mil habitantes, ela vive o paradoxo de estar sob a tensão da violência ao mesmo tempo em que é considerado um dos locais mais prósperos da região, por ser um importante pólo industrial e tecnológico e concentrar dezessete universidades. Veja abaixo:
As cidades mais perigosas do Brasil
(conforme a taxa de homicídios por 100 mil habitantes)
1º) Maceió
80 homicídios por 100 mil habitantes/ 5º lugar no ranking geral
2º) Fortaleza
73 homicídios por 100 mil habitantes/ 7º lugar no ranking geral
3º) João Pessoa
67 homicídios por 100 mil habitantes/ 9º lugar no ranking geral
4º) Natal
58 homicídios por 100 mil habitantes/ 12º lugar no ranking geral
5º) Salvador
58 homicídios por 100 mil habitantes/ 13º lugar no ranking geral
6º) Grande Vitória**
57 homicídios por 100 mil habitantes/ 14º lugar no ranking geral
7º) São Luís
57 homicídios por 100 mil habitantes/ 15º lugar no ranking geral
8º) Belém
48 homicídios por 100 mil habitantes/ 23º lugar no ranking geral
9º) Campina Grande
46 homicídios por 100 mil habitantes/ 25º lugar no ranking geral
10º) Goiânia
45 homicídios por 100 mil habitantes/ 28º lugar no ranking geral
11º) Cuiabá
44 homicídios por 100 mil habitantes/ 29º lugar no ranking geral
12º) Manaus
43 homicídios por 100 mil habitantes/ 31º lugar no ranking geral
13º) Recife
37 homicídios por 100 mil habitantes/ 39º lugar no ranking geral
14º) Macapá
37 homicídios por 100 mil habitantes/ 40º lugar no ranking geral
15º) Belo Horizonte
35 homicídios por 100 mil habitantes/ 44º lugar no ranking geral
16º) Aracaju
33 homicídios por 100 mil habitantes/ 46º lugar no ranking geral
**Dados obtidos pelo City Mayors referem-se apenas à Grande Vitória
Por Mariana Barros
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