Com aporte e aquisição, Ease Labs amplia atuação no setor farmacêutico
Além de produtos à base de cannabis, a startup busca outros medicamentos inovadores e quer estar à frente do setor fitoterápico
A Ease Labs é uma das primeiras empresas a produzir localmente produtos à base de cannabis. E recentemente deu um passo na direção do controle completo da cadeia com a aquisição da farmoquímica Catedral. “Já fazíamos o processo final das etapas produtivas, como a formulação, o controle de qualidade e a dispensação”, afirma Gustavo Palhares, CEO da Ease Labs. A Catedral faz algumas etapas anteriores, da extração do material vegetal à purificação. A manipulação do material vegetal ainda é proibida aqui, mas a Anvisa já deu parecer favorável à purificação. “Com isso, vamos trabalhar com um insumo mais cru, mais bruto do que a gente trabalhava antes”, diz Palhares. De acordo com o executivo, esse processo de verticalização da produção vai permitir maior flexibilidade para entregar um produto mais acessível.
Além disso, a estratégia da Ease Labs e oferecer um portfólio maior de produtos fitoterápicos, não apenas restritos aos derivados da cannabis. “Queremos ser uma indústria farmacêutica mais ampla”, diz Palhares. “Nos bastidores, temos uma equipe de pesquisa e desenvolvimento muito forte”. A empresa planeja colocar no mercado outros medicamentos inovadores no futuro, e diz estar de olho em outras substâncias psicodélicas que vem sendo testadas com sucesso em outros países. “É lógico que dependendo do medicamento ou da substância esse processo é bem mais longo, mas queremos estar na vanguarda”.
Os planos imediatos, no entanto, são outros. A Ease Labs já tem um portfólio desenhado com oito produtos, divididos em três categorias principais: canabidiol isolado, alto teor de CBD e baixo teor de THC e alto teor tanto de THC quanto de CDB. Todos serão oferecidos em breve em soluções orais. No momento, os medicamentos estão em processo de registro para o lançamento.
A Ease Labs também recebeu um aporte de R$ 12 milhões do fundo MadFish, do tenista brasileiro Bruno Soares. Além dos recursos financeiros, que serão usados para expandir a atuação da empresa e acelerar as pesquisas e o desenvolvimento de outros medicamentos, a presença do esportista traz o interesse de novos públicos. “O Bruno tem muita credibilidade no mercado de esporte e no setor empresarial e traz isso com ele”, diz Palhares. E seu apoio ajuda a desmistificar ainda mais o tema. “Hoje, o setor da cannabis não está sozinho e dialoga com tudo que é tendência na saúde, principalmente com quem busca um olhar mais holístico”.