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Caçador de Mitos Por Leandro Narloch Uma visão politicamente incorreta da história, ciência e economia
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PMDB, o partido da malemolência

O anúncio de que o PMDB vai lançar candidato próprio em 2018 teve, digamos, com alguma generosidade, uma recepção modesta. Ninguém, talvez só com uma refinada ironia, apareceu pela internet dizendo “cara, agora sim o Brasil vai pra frente, #énóisPMDB!”. Eu devo ter sido o único a me entusiasmar com a notícia. No momento em […]

Por Leandro Narloch
Atualizado em 31 jul 2020, 00h56 - Publicado em 15 jul 2015, 19h06
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  • O anúncio de que o PMDB vai lançar candidato próprio em 2018 teve, digamos, com alguma generosidade, uma recepção modesta. Ninguém, talvez só com uma refinada ironia, apareceu pela internet dizendo “cara, agora sim o Brasil vai pra frente, #énóisPMDB!”.

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    Eu devo ter sido o único a me entusiasmar com a notícia. No momento em que li a respeito levantei e gritei pela janela: “Em 2018 eu sou 15!”. Vocês têm o meu voto, caros seguidores de Sarney. Já vou botar um adesivo no carro e mandar fazer uma camiseta.

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    Explico minha escolha solitária em três passos:

    1. O melhor político não é aquele que tem mais chance de melhorar o país, mas o que pode piorá-lo menos. É ilusão acharmos que políticos têm grande poder de melhorar o mundo; mas capacidade de prejudicar, isso eles têm de sobra. Como diz o Bastiat, “nunca desconfie da capacidade do governo de piorar o que já é ruim”.

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    2. Os políticos com maior poder de arruinar um país são aqueles cheios de ideologias, convicções e atitudes enérgicas. Nações levam décadas para prosperar, mas basta um governo cheio de homens convictos para esculhambar o ambiente de negócios, espantar empreendedores, levar a inflação às alturas e espalhar a miséria.

    3. De toda a montoeira de partidos do Brasil, o PMDB é o mais avesso a ideologias. Ou melhor, a única ideologia do PMDB é a malemolência, o “deixa-disso”, o “não-inventa”. Nenhum partido representa tão bem o pouco apego dos brasileiros a ideologias. Se há aqueles partidos de esquerda, direita, extrema-esquerda, extrema-direita e centro, o PMDB supera todos eles: é o partido do extremo-centro. Um partido assim, radicalmente desprovido de radicalismos, é de longe a nossa melhor opção.

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    Entendo que o desapego ideológico dos brasileiros tem um lado ruim. Sem nenhuma grande convicção, nunca seremos a vanguarda de nada no mundo. Mas, como diz meu amigo Joel Pinheiro da Fonseca, a vantagem da malemolência ideológica é muito maior: nos previne de genocídios, revoluções sanguinárias e totalitarismos que destruíram os países que se deixaram levar por ideologias.

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    Não só acabo de declarar meu voto ao candidato do PMDB como já me ofereço para participar do marketing da campanha. Minha primeira proposta é manter a sigla, mas mudar o nome. “Partido da Malemolência Democrática Brasileira” seria muito mais fiel à função do PMDB na política atual. Também precisamos pensar num slogan. Uma frase que sintetizaria a tradição intelectual do partido seria esta:

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    Vote PMDB. Sei lá, mil coisas.

    @lnarloch

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