O atual vice-prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), é apontado como favorito para ser o candidato à sucessão do prefeito soteropolitano e presidente nacional do DEM, ACM Neto, em 2020. Reis, no entanto, tem enfrentado dificuldades no grupo para ser o postulante único, já que os partidos aliados manifestam o desejo de lançar candidatos próprios. É o caso do MDB, que, desde 2012, apoia a gestão do prefeito na capital baiana.
“O MDB está passando por um momento de reconstrução. É natural que um partido que está passando por isso tenha a pretensão de disputar no maior número possível de municípios para inclusive descobrir novos quadros. A gente só descobre esses novos nomes na eleição. Hoje, a gente quer apresentar candidatura (à prefeitura de Salvador). Tem, inclusive, recomendação da direção nacional do MDB para, nas eleições municipais, disputar o maior número de prefeituras possíveis, uma vez que essa reformulação do partido é nacional. Não é na Bahia apenas”, afirma o deputado federal Lúcio Vieira Lima (MDB).
Lúcio ilustra a necessidade por renovação citando o próprio ACM Neto, que era candidato natural ao governo da Bahia na eleição deste ano, desistiu e prejudicou o grupo — José Ronaldo (DEM) foi derrotado ainda no primeiro turno pelo governador Rui Costa (PT). “Pelo fato de não abrir espaço para o surgimento de outros, deu no que deu. Não tinha outros nomes preparados. Então, acho um equívoco concentrar todos os ovos em uma única cesta. Todos os partidos da base têm direito de ter candidato”, afirmou.
Os emedebistas baianos sofrem com uma crise desde que a Polícia Federal (PF) encontrou 51 milhões de reais em um apartamento ligado ao ex-ministro Geddel Vieira Lima, irmão de Lúcio e preso em Brasília desde setembro de 2017. O partido não elegeu nenhum deputado federal, a exemplo do próprio Lúcio Vieira Lima, que não conseguiu a reeleição, e conquistou apenas uma cadeira na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) neste ano.
Também aliado do prefeito, o PRB cogita ter candidato próprio em 2020. Segundo o deputado federal Márcio Marinho (PRB), a sigla tem, pelo menos, três nomes: o ex-chefe de gabinete da prefeitura de Salvador João Roma a deputada federal Tia Eron, que não conseguiu ser reeleita, e o dele próprio. Marinho já foi postulante a vice-prefeito de Salvador na chapa encabeça por ACM Neto em 2008. Em 2012, foi candidato ao Palácio Thomé de Souza e ficou em quarto lugar.
“O partido, talvez, tenha candidato próprio por causa da legislação (que acaba com as coligações nas eleições proporcionais). Queremos ter uma composição maior na Câmara de Vereadores e também se apresentar a população. Sempre digo que o PRB é um partido aliado, mas não subserviente. Todos os partidos têm o seu próprio projeto e sua estratégia para crescer. Se tivermos um nome viável, teremos candidato. Agora, é natural que o prefeito defenda um nome do partido dele para sucessão”, ressaltou.
Aliado desde o início da carreira de ACM Neto, João Roma já disse publicamente que Bruno Reis é o candidato natural do grupo. Presidente da Câmara de Salvador, Leo Prates (DEM), que também integra o grupo de correligionários mais próximos do prefeito, também já afirmou que o vice é sucessor adequado.
Presidente do PSDB na Bahia, o deputado federal João Gualberto é a favor que os tucanos lancem candidato próprio em 2020. Para ele, as “ideias do partido têm que ser expostas ao eleitor”. A última vez que a sigla disputou a prefeitura de Salvador foi em 2008, quando o deputado federal Antonio Imbassahy foi postulante.