Apesar de ter o desempenho contestado pela oposição, o secretário estadual de Segurança Pública (SSP), Mauricio Barbosa, foi mantido pelo governador da Bahia, Rui Costa (PT). O anúncio da permanência do titular da SSP-BA aconteceu na tarde desta terça-feira, 29, pelo Facebook.
Mauricio Barbosa está no cargo desde 2011 quando foi nomeado pelo ex-governador e senador eleito Jaques Wagner (PT), mas integra a estrutura da secretaria há mais tempo, pois, antes de ser titular da SSP-BA, foi chefe de inteligência. O mais antigo secretário das gestões petistas substituiu César Nunes, que sofreu duras críticas por restringir a divulgação de ocorrências policiais na Bahia. Nos oito anos no comando da pasta, Barbosa enfrentou duas greves de PMs (2012 e 2014) e episódios polêmicos, como o Caso Cabula.
Em fevereiro de 2015, nove policiais militares foram acusados de matar 12 pessoas no bairro do Cabula, em Salvador. Na época, o governador comparou o caso a um jogo de futebol. “[A polícia] é como um artilheiro em frente ao gol que tenta decidir, em alguns segundos, como é que ele vai botar a bola dentro do gol, pra fazer o gol”, declarou.
O número de homicídios no Estado saltou de 5.549 para 7.171, um aumento de 28 por cento, de acordo com dados do Atlas da Violência – pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública – entre 2011 e 2016 (último relatório dos institutos), período que Barbosa chefia a pasta. As entidades apontam, ainda, que cinco das dez cidades mais violentas do Brasil estão na Bahia: Eunápolis, Simões Filho, Porto Seguro, Lauro de Freitas e Camaçari.
O governo contesta os números. Na posse, o governador disse que é uma “visão totalmente equivocada” achar que a violência aumentou no estado.
“Estamos comemorando hoje a redução de 28,5% da taxa dos crimes violentos letais intencionais – CVLI’s -, que é o indicador que mais usamos e vai além dos homicídios. Essa é uma redução bastante significativa em termos relativos de taxas. E, também em números absolutos, a redução foi grande: 31,5%. Em nosso Estado, agora em 2018, tivemos uma redução de 11,5% nos números de CVLI’s, em relação a 2017”, declarou.
A oposição, no entanto, reclama e o presidente nacional do DEM, o prefeito de Salvador, ACM Neto, chegou a pedir a demissão do secretário Mauricio Barbosa e do comandante-geral da Polícia Militar, o coronel Anselmo Brandão, em 2017.
“Não demite o secretário, não demite o comandante da Polícia. Não toma nenhuma providência enquanto a cidade está sendo tomada pela criminalidade, pela violência, pelo banditismo. Ninguém aguenta mais”, disse o democrata.