A “mídia” tenta vender a ideia de que a roubalheira é suprapartidária – e é – disseminada e parte da alma do cidadão brasileiro, o que obviamente é uma vigarice retórica das mais calhordas. Esconde-se com isso o segundo “pobrema”, que é o fato de que, dentro da roubalheira institucionalizada, infiltrou-se uma quadrilha de esquerdistas em botão – muito bem organizada, por sinal – que rouba, mas rouba por uma causa, com método, interesses e ações bem definidas.
Esta quadrilha é reflexo e ressonância de uma outra, muito maior, disseminada numa boa conjunção de países que professam em suas administrações a presença do organismo público – e sua consequente inflexão ao roubo do dinheiro alheio – como parte de um tipo de administração onde o “azeite” da máquina pública é a confraria ou o dinheiro, distribuído em inconfessáveis interesses. Na margem de tudo isso, a sociedade pagante.
Assim como não há um “censo presidiário”, para sabermos quantos bandidos estamos bancando no falido sistema prisional brasileiro, não há também um censo – ou senso – para a ocupação do serviço público e sua devida eficiência. Não sabemos portanto, quantos bandidos estamos patrocinando do lado de fora dos presídios, eleitos em tenebrosas eleições para manter a massa bovina sob controle, debaixo da maior carga tributária de que se tem notícia.
Vamos ter um pingo de bom senso, meus caros e pacatos cidadãos. Eu topo pagar mais imposto, desde que me provem que o judiciário funciona, que as instituições funcionam, que o peleguismo sindical será combatido junto com as organizações criminosas, que as organizações não-governamentais narco-dependentes do Governo serão varridas da coisa pública e que os nossos agentes públicos pimpões terão rígidas funções de mérito e metas a cumprir.
Que tal isso? Isso ninguém quer defender, não é mesmo? Preferem defender mesmo o simplismo tacanho da volta da CPMF ao lombo dos contribuintes. Eu sabia que desse mato não sairia coelho. Eu lamento pelo jornalismo que se professa por aí. Está perdendo o senso do ridículo e a pouca vergonha ostentada na cara parva. É um espanto.