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Por Coluna
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Os cúmplices do STF

O Brasil precisa se olhar no espelho e decidir se quer reconstruir de fato suas instituições ou viver numa eterna micareta democrática

Por Guilherme Fiúza
Atualizado em 30 jul 2020, 19h47 - Publicado em 26 abr 2019, 07h12

Guilherme Fiúza (publicado na Gazeta do Povo)

Alexandre Toffoli e Dias de Moraes, ou vice-versa, a dupla caipira que jogou o Brasil em mais um debate inútil, não está sozinha. O debate é inútil porque ataque de pelanca não é ameaça à liberdade de expressão. E a dupla não está sozinha porque a construção do cenário para a bravata autoritária teve a contribuição de muita gente boa (sic).

Na campanha eleitoral de 2018, os justiceiros Luiz Weber e Rosa Fux, ou vice-versa, declararam que um caso comprovado de fake news poderia anular a eleição. Você sabe do que eles estavam falando, né? Não sabe? Explicamos então: essa fake news aí não tem nada a ver com notícia falsa.

Era apenas uma cópia vagabunda da estratégia eleitoral norte-americana para transformar Hillary Clinton em vítima do fascismo imaginário. Em outras palavras: tudo que não viesse da imprensa mergulhada até o pescoço na campanha da candidata do imaculado Obama era fake news. Estão até hoje gritando que a derrota foi um golpe do WhatsApp em conspiração com a Rússia, ou vice-versa. O inquérito provando que não houve conluio acaba de ser concluído, mas não interessa. Hoje em dia ninguém precisa de fatos.

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A mesmíssima narrativa foi aplicada no Brasil. A formação de uma espécie de igreja progressista dos últimos dias ─ na verdade uma pantomima politicamente correta de alto teor lucrativo ─ foi tragando boa parte da sociedade virtuosa nos últimos anos. O truque é simples e irresistível: você adquire o kit-bondade (1,99) mediante a repetição dos clichês certos e ganha o salvo-conduto ─ uma espécie de abadá de bloco carnavalesco ─ para entrar no cercadinho vip contra os fascistas. Aí você pode cair na folia da demagogia humanitária como se não houvesse amanhã, que ninguém vai te incomodar.

Curiosamente, parte da imprensa que apostou tudo nas fake news da dupla Janot & Joesley em 2017 ─ no caso da delação armada (hoje suspensa) para virar a mesa do Brasil pós-PT ─ virou combatente contra as fake news das diabólicas redes sociais em 2018. Apareceram até agências de checagem de fatos para informar aos mortais onde estava a verdade (humildade é tudo). Uma cruzada épica para impedir que um golpe fascista das tias do WhatsApp decidisse a eleição, como nos Estados Unidos.

Foi nessa onda de resistência democrática para boi dormir que os tribunais superiores ganharam a missão intergaláctica de combater fake news ─ conforme anunciado pela dupla Fux-Weber. Entendeu de onde veio a varinha de condão usada agora pela dupla Toffoli-Moraes para brincar de ditadura?

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Em outras palavras: no Brasil, como nos EUA e tragicamente em boa parte do mundo, a liberdade de imprensa tem sido tratada como a garota de programa que vai realizar o seu fetiche por um dia. A resposta dela não podia ser outra: ok, meu amor, vamos pro crime, mas não venha me pedir em casamento amanhã.

E eis que de repente, diante da censura carnavalesca decretada por Alexandre Toffoli e Dias de Moraes, uma legião de petistas e genéricos sobe no carro alegórico da imprensa livre, porque é carnaval e ninguém vai lembrar mesmo das nossas juras de amor à ditadura venezuelana. Repetindo: deu para entender o cenário do bordel onde a dupla caipira se sentiu à vontade para avacalhar a liberdade de expressão?

Esse STF foi forjado por Lula e sua quadrilha para referendar seu plano autoritário, exatamente como a corte suprema da Venezuela virou um anexo do chavismo. Isso não se consumou aqui porque o Brasil foi para a rua e impediu. Agora o Brasil precisa se olhar no espelho e decidir se quer reconstruir de fato suas instituições ou viver numa eterna micareta democrática.

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