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O Faroeste Caboclo de Jair Bolsonaro

Ouça a música que conta a trajetória do deputado federal fluminense

Por Augusto Nunes Atualizado em 25 abr 2018, 15h51 - Publicado em 16 jun 2017, 16h47
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  • Em mais uma paródia da música Faroeste Caboclo, da Legião Urbana, o site BHAZ acaba de publicar a biografia resumida do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC). A composição é de Pedro Guadalupe S. L. Brandão, diretor do portal. Vale a pena assistir ao vídeo. E pensar.

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    https://www.youtube.com/watch?v=0SjeUh9JzBg

    Faroeste Caboclo IX – Jair Messias Bolsonaro

    Virou o mito esse tal de Bolsonaro
    defendido, adorado e idolatrado como um deus
    É o rei das selfies e das páginas no Face
    carregado pelos ombros pelos defensores seus

    Por onde passa, cada vez mais gente acha
    que só ele é a saída pro Brasil endireitar
    E se alguém ataca o mito na internet
    a sua tropa de choque chega junto pra brigar

    Os bolsominions têm orgulho do Messias
    que promete a política afinal moralizar
    Desilusão com os políticos de sempre
    faz crescer o defensor da ditadura militar

    Na juventude resolveu que ia entrar
    para o Exército que protege a nação
    Se precisasse nas armas ia pegar
    para poder ajudar na repressão

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    Fez a escola de cadetes do Exército
    77 na Agulhas Negras se formou
    O seu perfil de liderança agressiva
    promovendo a rebeldia logo se manifestou

    Um relatório do Exército mostrava
    que ele era ambicioso e por isso liderou
    um movimento reclamando dos salários
    até mesmo um artigo na revista publicou

    87, ele disse pra imprensa
    que um protesto violento ia executar
    Ia botar bombas nos quartéis, pra mostrar para o comando
    que não ia recuar

    Foi descoberto e um julgamento
    aconteceu para o condenar
    Ele escapou e conseguiu ir pra reserva
    Só 11 anos na ativa militar / Com pouco tempo na ativa militar

    Logo depois, recebeu uma proposta
    tentadora, 88 era ano eleitoral
    Ser candidato a vereador no Rio
    para aproveitar a fama que ganhou no tribunal

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    “Meu Deus, mas que ideia linda
    é muito bom pra política entrar
    Esse lugar de poder e de dinheiro
    na verdade era tudo que eu queria”

    Já em 90 foi eleito deputado
    federal colhendo os frutos do perfil conservador
    Tinha o apoio dos colegas militares
    no Distrito Federal então ele chegou

    Em quase 27 anos em Brasília
    Só um projeto pôde aprovar
    Mas mesmo com esse desempenho pífio
    Soube fazer o seu nome destacar

    Ele sabia que a mídia dava espaço
    pra opiniões bombásticas de um parlamentar
    E aproveitava todas oportunidades
    pra expor suas ideias e assim polemizar

    “Bandido bom é bandido morto
    e tem que ter castração pro sujeito que estuprar”
    “Prefiro filho atropelado do que gay”
    “Golpe de 64 temos que comemorar”

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    Logo logo, quem é reacionário conheceu o Bolsonaro
    “Gostei desse cara aí!”
    E o Jair com seu discurso de milico
    cada dia mais aparecia ali

    Fez barulho quando em 99
    disse que daria golpe depois de ganhar
    pra presidente
    e também falou que era favorável à tortura
    pro sujeito falar

    Naquele mesmo ano ele empregou
    a companheira e seus parentes, olha o que ele fez
    Disse “não sou casado oficialmente
    então eu posso contratar os três”

    Agora o Bolsonaro demonstrava
    que falava em moralismo mas também era imoral
    “Eu sonego tudo que for possível”
    mas defende dar porrada em criminoso marginal

    O Bolsonaro elegeu sua esposa
    para a Câmara do Rio mas depois se arrependeu
    Ela ousou ter sua própria opinião
    Ele não queria mais quem lhe desobedeceu

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    Ele elegeu o seu filho no lugar
    e o comando ele voltou a ter
    Com um irmão e três filhos na política
    os Bolsonaro ampliaram seu poder

    O tempo passa e um dia ele encontra
    no plenário uma senhora com indignação
    E ele encara a Maria do Rosário
    que o chamou de estuprador, não tinha medo não

    “Vou te dizer, se eu fosse estuprador
    não merecia você ser estuprada não
    E com certeza não defendo bandidinho
    que merece estar a sete palmos sob o chão”

    “E esse blablablá de direitos humanos
    vai mudar quando eu chegar a presidir a Comissão”
    Foi processado mas falou “não tenho medo de perder
    meu mandato por quebra de decoro não”

    A violência sempre é a solução
    seja a porrada ou a intimidação
    “a violência se combate com violência”
    Eu vou morrer com essa convicção

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    Em todos os seus anos de Congresso
    30 vezes já tentaram o seu mandato cassar
    Segundo ele, deputado pode tudo
    mas esquece que existe decoro parlamentar

    Pra provocar quem procurava as ossadas
    de quem desapareceu na ditadura militar
    Fez um cartaz pra debochar dessa ideia
    que se dane quem morreu no Araguaia

    Ele defende adotar pena de morte
    que cadeia é pra sofrer, e não pra recuperar
    E se alguém vem criticar a ditadura ele diz:
    “O grande erro foi torturar e não matar”

    2013 o deputado justiceiro
    foi autuado por fazer pesca ilegal
    Meses depois, fez um projeto proibindo
    uso de armas por fiscal ambiental

    Em São Paulo, na Assembleia do estado
    seu irmão tinha um emprego de assessor parlamentar
    Foi demitido depois que descobriram
    que ele só ficava ausente, nunca ia trabalhar

    Se for eleito já avisou que não vai ter
    “essa historinha de estado laico não”
    As minorias que se danem ou que mudem
    mas o Messias vai fazer o país cristão

    No dia do impeachment da Dilma
    ele aproveitou que todo o Brasil ia assistir
    e dedicou seu voto para o Ustra
    coronel torturador do governo Médici

    E quando votava Jean Wyllys
    ele ficou com o filho provocando por ali
    E tomou uma cusparada de resposta
    uma briga que a TV não cansou de exibir

    Ele falou que todo mundo é igual
    que machista com certeza ele não é
    Mas depois de ter quatro filhos homens
    “na quinta, dei uma fraquejada e veio uma mulher”

    E falou que quilombola
    nem para reprodução devia servir mais
    Quer liberar porte de arma no Brasil
    e não aceita as cotas raciais

    Quando um jovem que roubava recebeu uma tatuagem
    que dizia que era ladrão
    Quem apoiou a punição na internet
    foi quem quer o Bolsonaro no comando da nação

    E foi a guerra dos tucanos com o PT
    que fez o povo se desiludir geral
    Ficou um vácuo muito grande de poder
    que alimentou esse discurso radical

    O povo declarava que o tal do Bolsonaro
    era mito e presidente ia ser
    Mas mito, como diz o dicionário
    também é uma fantasia que não vai acontecer

    Se for eleito, com certeza no outro dia
    todo brasileiro armado vai querer fazer
    sua justiça como seu líder defende
    se é culpado ou inocente ninguém quer
    saber

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