Assustado com a ameaça de perder o foro privilegiado, Romero Jucá agitou a segunda-feira com uma comparação audaciosa: “Se acabar o foro, é para todo mundo. Suruba é suruba. Aí é todo mundo na suruba, não uma suruba selecionada”. As três frases insinuaram que, para o líder do governo no Congresso, há mais semelhanças que diferenças entre a Praça dos Três Poderes e um bordel de luxo frequentado exclusivamente por pais da pátria.
Hoje cedo, acuado por protestos de deputados e senadores, mudou de ideia ─ e tratou de excluir o Parlamento dessa ilustre zona do meretrício. “Eu tinha citado uma música dos Mamonas e isso não foi colocado”, recitou. “Mas, se alguém se sentiu ofendido, peço desculpas”. Em menos de 24 horas, o vigarista na mira da Lava Jato passou a ver um templo das vestais onde havia enxergado uma casa de tolerância.
A retirada de Romero Jucá confirma: medo de cadeia afeta o juízo. E pode desandar em perigosos surtos de sinceridade.