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Ethan Edwards: ‘Reconquistemos o que restou da República e continuemos o debate’

Milicianos fazem o que o chefe ordena. O rebanho companheiro segue o Grande Pastor. Os brasileiros do país que presta pensam e discutem. O debate que vem sendo travado aqui na coluna, e é ampliado com mais um texto do nosso Ethan Edwards, reafirma que sem independência intelectual não haverá salvação. Confiram: É muito desagradável […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 14h04 - Publicado em 1 out 2010, 16h37

Milicianos fazem o que o chefe ordena. O rebanho companheiro segue o Grande Pastor. Os brasileiros do país que presta pensam e discutem. O debate que vem sendo travado aqui na coluna, e é ampliado com mais um texto do nosso Ethan Edwards, reafirma que sem independência intelectual não haverá salvação. Confiram:

É muito desagradável ficar lembrando “eu escrevi isso”, “eu avisei sobre aquilo”, como a pedir que, no debate, minhas opiniões tenham mais peso que as dos demais. Argumentos de autoridade não tornam claro o que está obscuro. Mas… eu já escrevi aqui mesmo sobre isso: que Serra não diria o que desejávamos que dissesse, mas apenas o que as circunstâncias políticas (inclusive sua história pessoal) lhe permitissem. As razões? Serra não é o líder filosófico, moral e político de que os brasileiros cansados do lulopetismo precisam. Serra é apenas o candidato possível, capaz de encarnar alguns valores republicanos que prezamos, nestas eleições que, se dependessem do lulopetismo, nem seriam realizadas.

A renovação moral e filosófica do país – se um dia acontecer… – é outra coisa. Como não depende do TSE (muito pelo contrário), provavelmente não ocorrerá numa data do calendário eleitoral. Terá seu próprio ritmo, escolherá seus próprios acontecimentos e virá pelas mãos de homens que, ao meus olhos, pelo menos, não se encontram no cenário político atual.

As eleições não são uma cruzada pela nossa renovação moral e filosófica. Os candidatos não devem ocupar o lugar de heróis, nem se deve exigir deles uma coragem especial para dizer aquilo que o povo não pôde dizer durante os últimos oito ou vinte anos. Se for assim, alguma coisa está errada – e não é com os candidatos. Uma eleição presidencial é (ou deveria ser) apenas um acontecimento de natureza político-administrativa, previsto pela sabedoria do legislador republicano, que nos permitirá experimentar, nos próximos quatro anos, soluções ainda não testadas para os problemas da nossa vida em comum neste espaço nacional. Adaptando livremente Karl Popper (Os Paradoxos da Soberania), nosso objetivo, nesta eleição e noutras, deveria ser apenas escolher o candidato que, tendo nas mãos, pelos próximos quatro anos, o formidável poder do Estado, com ele causará menos danos ao povo.

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Sei que estou sendo excessivamente desapaixonado e “acadêmico”. Afinal, estamos à beira de um abismo e isso não são horas para filosofices. Lamento. Mas a verdade é que, se hoje temos de esperar de Serra a salvação contra o lulopetismo, deixamos o abismo chegar muito perto. Esse tipo de ilusão é um sintoma da gravidade da nossa crise espiritual e política. Serra pode, sim, como um socialdemocrata íntegro, suprimir algumas das práticas mais nefastas do lulopetismo, promover uma moderada desratização da máquina governamental, revitalizar as agências reguladoras, sanear o BNDES, resgatar um pouco a confiabilidade da Receita e da Polícia Federal, etc. Talvez nem consiga tanto. Mas, nas circunstâncias, é só o que podemos almejar. Metade disso já será um excelente programa para nossa quase destruída República. Aliás, só impedir que o lulopetismo continue destruindo a República já será um magnífico programa.

Desconfio que Serra não conseguiria chegar ao patamar eleitoral que ocupa hoje se tivesse optado por denunciar o lulopetismo, tão entranhado na alma do jornalismo brasileiro e dos nossos “formadores de opinião”. Não tenho como provar isso. Meus críticos não tem como provar o contrário. Votemos em Serra, então, reconquistemos o que restou da República e continuemos o debate. Viva a democracia!

PS: Não me referi a Marina. Desculpem. Falha nossa. Não entendo nada desse negócio de genéricos.

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